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Ministra da Defesa da Alemanha quer 12 bilhões de euros extras para o Exército

29/04/2018 07h14

Valor está muito acima do previsto pela pasta responsável pelo orçamento. Segundo jornal, ministra pode interromper projetos de cooperação internacional se mais recursos não forem destinados.A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, apresentou um pedido para aumentar o orçamento militar em 12 bilhões de euros (50 bilhões de reais) na atual legislatura, que vai até 2021, um valor muito superior ao orçamento atual.

Segundo o jornal Bild am Sonntag, o ministro das Finanças, Olaf Scholz, prevê apenas um aumento de gastos da ordem de 5,5 bilhões de euros pelos próximos quatro anos. Na última sexta-feira (27/04), o Ministério da Defesa já havia criticado o plano de Scholz como "inadequado diante das enormes necessidades acumuladas e da modernização exigida, particularmente no médio prazo."

De acordo com o jornal, von der Leyen ameaçou interromper projetos internacionais de cooperação que incluem a compra e venda de armamentos pela Alemanha se o orçamento de defesa não receber um impulso considerável.

Um dos projetos que pode ser sacrificado é um negócio envolvendo a venda de quatro submarinos para a Noruega, que foram encomendados ao estaleiro alemão ThyssenKrupp. Em troca da venda, a Alemanha previa comprar dois submarinos e mísseis de uma empresa norueguesa. Outro negócio que pode receber o veto da ministra é a compra de seis aeronaves de transporte C-130 Hercules, que devem fazer parte de um esquadrão conjunto com a França, segundo a Bild.

Déficits graves

O orçamento de defesa da Alemanha em 2017 alcançou cerca de 37 bilhões de euros e deve chegar a 39 bilhões de euros em 2018. Embora represente o nono maior orçamento de defesa do mundo, o valor ainda está distante de alcançar os 2% do PIB nacional que a OTAN vem exigindo de seus membros.

Nos últimos anos, aumentaram as críticas de que as Forças Armadas da Alemanha, a Bundeswehr, não são bem equipadas.

Em fevereiro, o jornal Rheinische Post citou um documento interno da Bundeswehr afirmando que o exército não possuía unidades e nem mesmo o equipamento básico necessário para uma mobilização rápida e assim atender eventuais pedidos da Otan para o envio urgente de tropas no caso de emergências.

A Alemanha assumirá a liderança da Força-Tarefa Conjunta de Alta Prontidão (VJTF, em inglês) da aliança no início do próximo ano. A força de 5.000 homens, supostamente capaz de atingir a prontidão de combate em 24 horas, foi criada pela Otan em 2014 para combater a ameaça de agressão militar russa contra os países membros do Báltico.

JPS/dpa/afp

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