Alvo da PF, ministro do Trabalho pede demissão
Temer aceita pedido de exoneração de Helton Yomura, afastado do cargo pelo STF horas antes. Político é alvo de operação que apura um esquema de fraudes no ministério. Eliseu Padilha assumirá a pasta interinamente.O ministro do Trabalho, Helton Yomura, pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (05/07), horas depois de ter sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O político é um dos alvos da terceira fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada nesta quinta pela Polícia Federal (PF).
Em nota, o Palácio do Planalto informou ter recebido e aceitado o pedido de exoneração de Yomura, no posto há apenas seis meses. "O presidente Michel Temer agradeceu sua dedicação à frente da pasta", afirma o texto da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Com a saída de Yomura, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assumirá a pasta do Trabalho interinamente, acumulando as duas funções. Segundo a imprensa brasileira, a nomeação deve ser publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
Após um pedido da Polícia Federal, o ministro Edson Fachin havia autorizado o afastamento de Yomura do cargo mais cedo nesta quinta-feira. Sua casa no Rio de Janeiro foi alvo de mandados de busca e apreensão, e ele prestou depoimento na superintendência da PF em Brasília.
Segundo o jornal O Globo, Yomura ficou em silêncio durante o depoimento e se recusou a fornecer a senha do celular funcional do ministério usado por ele, justificando que o aparelho também é utilizado para fins particulares e, por isso, possui "informações e arquivos privados".
O político, seguindo a orientação de seus advogados, teria dito que só vai se pronunciar após ter acesso ao inteiro teor da investigação, informou o diário carioca.
Em nota, a defesa destacou que Yomura não cometeu qualquer ato ilícito. "Mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, [ele] nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade", diz o texto, divulgado antes de ele pedir demissão.
Advogado por formação, Yomura foi indicado ao Ministério do Trabalho pelo PTB, que controla a pasta há anos. Ele assumiu o cargo interinamente em janeiro deste ano e, em 10 de abril, foi empossado titular. Antes, atuou como secretário-executivo do ministério desde outubro de 2017.
Operação Registro Espúrio
Segundo a PF, a terceira fase da Registro Espúrio apura uma organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Ao todo, dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária foram cumpridos em Brasília e no Rio.
Entre os alvos esteve o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), que teve seu gabinete revistado pelos policiais federais. Ele também foi proibido de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com demais investigados e servidores da pasta – a não ser que seja imprescindível ao exercício do mandato, mas, para isso, ele terá de enviar uma justificativa prévia ao STF.
A PF cumpriu ainda três mandados de prisão temporária, autorizados pelo Supremo, que atingem Jonas Antunes Lima, assessor de Marquezelli, Júlio de Souza Bernardes, chefe de gabinete de Yomura, e Adriano José Lima Bernardo, superintendente do ministério no Rio.
A operação teve início em 30 de maio e apura um esquema de fraudes e corrupção na pasta do Trabalho. Em meados de junho, durante a segunda fase da operação, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do presidente nacional do partido, Roberto Jefferson.
Suspeitas sobre Carlos Marun
Nesta quinta-feira, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, é também um suspeito de envolvimento com o suposto esquema no Ministério do Trabalho, o que ele nega.
O ministro comunicou que, na próxima segunda-feira, vai apresentar uma queixa-crime na Corregedoria da Polícia Federal e na Procuradoria-Geral da República contra o vazamento de informações que mencionam seu nome.
"Desde que assumi a Secretaria de Governo, eu nunca pus os pés no Ministério do Trabalho, nunca conversei com nenhum servidor daquele ministério a respeito de demanda de qualquer sindicato, pessoalmente, ou por telefone, ou por qualquer outro meio", afirmou Marun.
EK/abr/ots
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Em nota, o Palácio do Planalto informou ter recebido e aceitado o pedido de exoneração de Yomura, no posto há apenas seis meses. "O presidente Michel Temer agradeceu sua dedicação à frente da pasta", afirma o texto da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Com a saída de Yomura, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assumirá a pasta do Trabalho interinamente, acumulando as duas funções. Segundo a imprensa brasileira, a nomeação deve ser publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
Após um pedido da Polícia Federal, o ministro Edson Fachin havia autorizado o afastamento de Yomura do cargo mais cedo nesta quinta-feira. Sua casa no Rio de Janeiro foi alvo de mandados de busca e apreensão, e ele prestou depoimento na superintendência da PF em Brasília.
Segundo o jornal O Globo, Yomura ficou em silêncio durante o depoimento e se recusou a fornecer a senha do celular funcional do ministério usado por ele, justificando que o aparelho também é utilizado para fins particulares e, por isso, possui "informações e arquivos privados".
O político, seguindo a orientação de seus advogados, teria dito que só vai se pronunciar após ter acesso ao inteiro teor da investigação, informou o diário carioca.
Em nota, a defesa destacou que Yomura não cometeu qualquer ato ilícito. "Mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, [ele] nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade", diz o texto, divulgado antes de ele pedir demissão.
Advogado por formação, Yomura foi indicado ao Ministério do Trabalho pelo PTB, que controla a pasta há anos. Ele assumiu o cargo interinamente em janeiro deste ano e, em 10 de abril, foi empossado titular. Antes, atuou como secretário-executivo do ministério desde outubro de 2017.
Operação Registro Espúrio
Segundo a PF, a terceira fase da Registro Espúrio apura uma organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Ao todo, dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária foram cumpridos em Brasília e no Rio.
Entre os alvos esteve o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), que teve seu gabinete revistado pelos policiais federais. Ele também foi proibido de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com demais investigados e servidores da pasta – a não ser que seja imprescindível ao exercício do mandato, mas, para isso, ele terá de enviar uma justificativa prévia ao STF.
A PF cumpriu ainda três mandados de prisão temporária, autorizados pelo Supremo, que atingem Jonas Antunes Lima, assessor de Marquezelli, Júlio de Souza Bernardes, chefe de gabinete de Yomura, e Adriano José Lima Bernardo, superintendente do ministério no Rio.
A operação teve início em 30 de maio e apura um esquema de fraudes e corrupção na pasta do Trabalho. Em meados de junho, durante a segunda fase da operação, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do presidente nacional do partido, Roberto Jefferson.
Suspeitas sobre Carlos Marun
Nesta quinta-feira, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, é também um suspeito de envolvimento com o suposto esquema no Ministério do Trabalho, o que ele nega.
O ministro comunicou que, na próxima segunda-feira, vai apresentar uma queixa-crime na Corregedoria da Polícia Federal e na Procuradoria-Geral da República contra o vazamento de informações que mencionam seu nome.
"Desde que assumi a Secretaria de Governo, eu nunca pus os pés no Ministério do Trabalho, nunca conversei com nenhum servidor daquele ministério a respeito de demanda de qualquer sindicato, pessoalmente, ou por telefone, ou por qualquer outro meio", afirmou Marun.
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