Alemanha processará ex-operadora de rádio por cumplicidade com Auschwitz
A Justiça alemã processará uma mulher de 91 anos, operadora de rádio durante o nazismo, por cumplicidade no assassinato de mais de 260 mil confinados no campo de extermínio nazista de Auschwitz (na atual Polônia).
A Audiência de Kiel, no norte da Alemanha, informou nesta segunda-feira sobre a acusação formal apresentada pela promotoria contra essa mulher, de nacionalidade alemã, que entre abril e julho de 1944 exerceu a função de operadora de rádio nesse campo nazista, o maior e mais mortal do Terceiro Reich.
A promotoria a acusa cumplicidade no assassinato em massa dos judeus deportados a Auschwitz durante o período em que esteve de serviço nesse lugar, na Polônia ocupada.
O processo se inscreve na linha dos julgamentos tardios abertos por cumplicidade com o nazismo após o caso do ucraniano John Demjanjuk, ex-guarda voluntário em Sobibor, que foi condenado em 2011 a cinco anos de prisão.
A partir deste precedente foram reabertos nos últimos anos outros casos que anteriormente não tinham prosperado por não estar escorados em acusações de responsabilidade direta nos assassinatos do nazismo.
Alguns destes novos casos foram revelados impraticáveis e terminaram sendo arquivados, pela avançada idade e o estado de saúde dos processados, enquanto outros terminaram com sentenças mais bem simbólicas.
Entre estes últimos casos se encontra o do chamado "contador de Auschwitz", o ex-membro das SS Oskar Gröning, de 94 anos, que foi condenado em abril a quatro anos de prisão por cumplicidade na morte de 300 mil judeus.
O ucraniano Demjanjuk, que tinha sido deportado dos Estados Unidos à Alemanha após seus advogados esgotarem todos os recursos legais contra seu processamento, morreu em um asilo de idosos da Baviera pouco após escutar sua sentença.
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