EUA reforçam segurança em grandes cidades e transporte após ataques de Paris
Os Estados Unidos reforçaram a segurança nas grandes cidades, no transporte público e em eventos esportivos após os atentados em Paris, que deixaram pelo menos 129 mortos e 350 feridos, e a suposta ameaça dos jihadistas do Estado Islâmico a Washington.
O metrô da capital americana recebeu patrulhas adicionais na noite da sexta-feira passada, após as notícias do que estava ocorrendo em Paris, e manterá essa presença policial reforçada por um prazo indeterminado.
Além disso, haverá mais inspeções com cães farejadores de explosivos nas estações e outros pontos nevrálgicos da cidade, assim como revistas nas entradas do metrô e outras medidas que não serão de conhecimento público.
Os temores perante um atentado múltiplo como o de Paris na capital americana cresceram na segunda-feira (16) após a publicação de um vídeo do EI, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, no qual anunciava sua intenção de atacar os Estados Unidos "em seu centro, Washington".
A polícia do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos em Washington, elevou também a segurança no edifício e seus arredores, com um aumento visível da presença de agentes.
Em Nova York, cidade acostumada a estar sob a ameaça terrorista desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a polícia elevou a segurança e reforçou seus recursos, sobretudo na icônica Times Square, no novo complexo do World Trade Center, no consulado francês e na missão da França nas Nações Unidas.
Nos dias seguintes ao atentado de Paris, foram realizados controles nas principais pontes de Nova York e na segunda-feira à noite, o Lincoln Center, uma das grandes instituições culturais do país, estava sendo vigiado pelo grupo de resposta estratégica da polícia local, por considerar-se que é um alvo terrorista.
Também na segunda-feira, a polícia de Nova York apresentou uma nova unidade contra o terrorismo, um Comando de Resposta Crítica, com base na Ilha Randall.
O delegado da polícia da cidade, William Bratton, explicou ontem que a brigada terá capacidade para responder a uma dúzia de incidentes ao mesmo tempo, algo fundamental em um eventual atentado múltiplo como o de Paris.
O sangrento ataque à casa de shows Bataclan de Paris fez com que a polícia de Nova York tenha modificado sua estratégia no caso de uma situação com reféns: a partir de agora não negociará com terroristas e entrará para reduzir os danos o mais rápido possível.
"Essa gente, se mantém reféns, é apenas para prolongar o sofrimento, porque sua intenção é matá-los de todos modos", afirmou Bratton.
Outra das grandes cidades do país, San Francisco, também aumentou a vigilância em seus sistemas de transporte público, apesar de não se conhecer nenhuma ameaça concreta.
A liga de futebol americano (NFL, na sigla em inglês) reforçou desde o fim de semana sua segurança e a presença policial tanto dentro como fora dos estádios e os estacionamentos.
Apesar do reforço na segurança, os Estados Unidos não aumentaram seu nível de alerta terrorista após os ataques em Paris, de modo que segue no nível médio dos cinco possíveis: "elevado, risco significante de atentados terroristas".
O FBI (polícia federal americana) assegura que "não existe nenhuma ameaça específica ou crível" sobre os Estados Unidos.
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