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Países da UE se mostram dispostos a compartilhar inteligência após atentados

24/03/2016 14h51

Bruxelas, 24 mar (EFE).- A maioria dos ministros do Interior europeus se mostraram a favor de avançar na troca de informação e dados de inteligência, além de aplicar as decisões de combate antiterrorista que já estão sobre a mesa, após os atentados de Bruxelas que deixaram 31 mortos e 300 feridos.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, ressaltou a importância de melhorar a troca de informação entre os 28 Estados-membros e a necessidade de combinar as bases de dados sobre questões de segurança e de migração, o que implicará "mudanças legais" e "soluções técnicas".

De Maizière pediu para tirar "consequências" dos ataques, pediu aos outros países que "mudem a mentalidade" para aprofundar a cooperação multilateral em matéria de inteligência e segurança, e lembrou que "uma boa política de integração é também uma boa política de segurança".

O coelga francês, Bernard Cazeneuve, que após os atentados de 13 de novembro em Paris foi um dos que mais insistiu em tomar medidas, disse que "não é possível esperar mais" para criar um registro europeu de dados de passageiros aéreos, medida sobre a qual as instituições alcançaram um acordo provisório em dezembro, mas que ainda não chegou a ser aprovado oficialmente.

Além disso, acrescentou que a França insistirá em pedir "um controle de fronteiras eficaz com a verificação de identidades e o início de uma verdadeira estrutura de luta contra documentos falsificados" e disse que é "indispensável" conectar as bases de dados.

O ministro do Interior interino da Espanha, Jorge Fernández Díaz, se mostrou a favor do compartilhamento de informação e inteligência para lutar de forma eficaz contra o terrorismo.

"Temos de ser capazes de compartilhar inteligência e informação. Não pode haver isolamentos em matéria de inteligência e informação na UE se pretendemos ser eficazes na luta contra o terrorismo", afirmou, ao garantir que a Espanha "cumpre seus deveres" neste âmbito.

O ministro da Justiça de Luxemburgo, Félix Braz, disse que está na hora de "dar um passo adiante" e que é "muito claro" que agora é preciso "mais Europa", o que significa mais "integração, uma "cooperação" reforçada e uma forte conexão entre capitais, que demanda "vontade política".

Segundo sua opinião, as soluções nacionais não são suficientes para reduzir o terrorismo internacional, que pode afetar qualquer país da União Europeia (UE). Braz considerou que é necessário ser "ambicioso" e iniciar uma "polícia antiterrorista europeia".

A ministra austríaca de Interior, Johanna Mikl-Leitner, apostou em "controles mais estritos" nas fronteiras exteriores do espaço de Schengen, "não só para os cidadãos de outros países, mas também para os europeus", porque foi comprovou o risco representado pelos europeus que foram combater na Síria.

Além disso, propôs ampliar a atual troca de informação entre as polícias de diferentes países aos serviços de inteligência, de modo a criar uma "associação de dados" comunitária, que pode estar começar a operar "em algumas semanas", pelo menos para questões de antiterrorismo.

Anders Ygeman, ministro do Interior sueco, afirmou que antes dos atentados de Paris havia uma "pequena desconfiança" entre os 28 Estados-membros por não ocorrer um compartilhamento suficiente de informação, mas essa fase acabou.

A titular de Interior do Reino Unido, Theresa May, denunciou que o Estado Islâmico (EI) tenta dividir a UE e atacar seu modo de vida, por isso se mostrou a favor de "melhorar a excelente cooperação que já existe" entre os Estados-membros.

"Os terroristas não vencerão", afirmou como mensagem final.

O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, comentou que "o terrorismo é rápido, mas Europa é frequentemente lenta", por issoé preciso se antecipar às ameaças terroristas e adotar as medidas já propostas, como o registro de passageiros.

Alfano adiantou que a Itália apresentará um plano nacional contra a radicalização e disse que seria necessário trocar informação entre países, também de maneira informal, sem a necessidade de tantos procedimentos, para poder fazer uma análise que permita determinar se alguém é perigoso.