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Eleitores vão às urnas com Guiné Equatorial imersa em sua pior recessão

23/04/2016 13h59

Malabo, 23 abr (EFE).- Os eleitores da Guiné Equatorial irão às urnas no domingo para votar nas eleições presidenciais nas quais, de acordo com as pesquisas, deve ser eleito para um mandato de sete anos o presidente do país, Teodoro Obiang, no poder desde 1979.

As eleições serão realizadas com o país imerso em uma grave recessão econômica motivada pela queda dos preços do petróleo, o que levou ao fechamento de várias empresas (em particular do setor de construção) e forçou a demissão de mais de 3 mil funcionários.

Obiang disse em várias ocasiões que seu governo está trabalhando com a finalidade de "conseguir a diversificação econômica mediante o desenvolvimento de outros setores e serviços que nos permitam reduzir a dependência do setor de hidrocarbonetos".

Em fevereiro, a Anistia Internacional (AI) acusou as autoridades do país de deter e torturar centenas de pessoas, entre elas, menores de idade.

A AI também acusou o regime de Malabo de praticar uma política baseada na expatriação e confinamento de dissidentes em seus povos de origem.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos, em um recente relatório, chegou a situar a Guiné Equatorial dentro dos países que traficam seres humanos.

Este é o primeiro pleito que o Chefe de estado da Guiné Equatorial convoca após a reforma da Lei Fundamental (Constituição) aprovada em referendo em novembro de 2011, na qual foi limitado o mandato presidencial a dois períodos de sete anos cada um.

Embora Obiang esteja no poder há três períodos consecutivos, a Constituição reformada em 2011 o possibilita a concorrer novamente neste pleito, por isso que, se for vencedor, seu mandato expiraria em 2023, quando completa 81 anos de idade, deles 44 no poder.

Obiang, eleito novamente candidato para este pleito pelo governante Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE) e vários pequenos partidos que o apoiam, revalidou seu último mandato de sete anos pela terceira vez consecutiva nas eleições realizadas em novembro de 2009, nas quais obteve 96,7% dos votos.

O presidente fechou ontem à noite a campanha eleitoral com um ato na cidade de Bata, capital da parte continental do país, que foi divulgado hoje pelos veículos de imprensa oficiais.

"Nossa vitória é segura e sempre triunfaremos", disse Obiang, que lembrou que "a democracia não é um produto de importação".

Obiang acrescentou que "não temos que fazer a democracia como os Estados Unidos e França. Somos africanos e vamos fazer nossa democracia como africanos".

"Há alguns que dizem que temos que fazer a democracia como a Espanha (a antiga metrópole). Não trato de criticar, mas é uma realidade, nestes momentos a Espanha é incapaz de formar governo", uma situação que Obiang qualificou de "desordem".