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Ataque a cristãos no sul do Egito provoca polêmica e reação oficial

26/05/2016 14h16

Cairo, 26 mai (EFE).- Um ataque contra cristãos pela suposta relação entre um homem desse credo e uma mulher muçulmana provocou polêmica no Egito, assim como a reação das autoridades do mais alto nível.

Pelo menos três pessoas foram detidas até o momento e a polícia procura outras dez por seu suposto envolvimento no ataque que aconteceu na sexta-feira passada na aldeia de Al Karam, ao sul da cidade de Minia, 240 quilômetros ao sul do Cairo, no vale do Nilo.

O governador da província de Minia, Tareq Nasr, disse à agência oficial de notícias egípcia "Mena" que "o Estado não vai aceitar que ocorram estas violações e serão castigados todos os envolvidos, de forma direta ou por negligência".

O primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, qualificou o fato de "lamentável" e garantiu que tratará o assunto conforme a lei do país.

Por sua parte, o presidente Abdul Fatah al Sisi, ordenou que se reparem os danos causados - estimados em 350.000 libras egípcias (mais de R$ 140 mil) - em um prazo de um mês e prometeu que o Estado assumirá as despesas.

Ontem, um comunicado da diocese de Minia informou que os fatos se desencadearam depois que se espalharam rumores de uma relação entre Ashraf Abdu Atiya, de denominação cristã, e uma mulher muçulmana.

Atiya teve que abandonar a cidade perante as ameaças, que foram denunciadas por seus pais na quinta-feira passada em uma delegacia.

As ameaças se materializaram no dia 20 de maio, quando cerca de 300 pessoas saíram armadas às ruas e atacaram sete casas pertencentes a coptas (cristãos egípcios).

As casas foram saqueadas e destruídas e os agressores inclusive atearam fogo em algumas delas, segundo a nota.

Além disso, indicou o comunicado, os agressores arrancaram a roupa de uma idosa cristã, a quem exibiram publicamente.