Líderes do G7 visitam santuário de Ise, o berço espiritual do Japão
Ise (Japão), 26 mai (EFE).- Os líderes do G7 visitaram nesta quinta-feira o santuário xintoísta de Ise, considerado um dos lugares mais sagrados do Japão, em um vistoso ato de boas-vindas realizado antes da cúpula no país asiático, que acontece até a próxima sexta-feira.
Os responsáveis de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e da União Europeia foram recebidos pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe neste exuberante recinto situado em uma região montanhosa e de florestas frondosas na província de Mie, no centro do país.
O líder japonês aguardou a chegada de cada chefe de governo em um dos descomunais "torii" (arco sagrado) que marca a entrada para o espaço espiritual, e estendeu sua mão a todos, desde o primeiro a chegar, o presidente francês François Hollande, até o último, seu colega americano, Barack Obama.
Um por um, e guiados por um sacerdote xintoísta vestido de branco, os líderes cruzaram a ponte Uji sobre o rio Isuzu, que segundo a crença popular, serve como fronteira entre o reino dos deuses e o mundo material.
Obama, por ser o último a chegar, atravessou a estrutura acompanhado de Abe, e foi possível ver que os dois conversavam enquanto caminhavam sobre a ponte de madeira de cem metros de extensão, depois da reunião bilateral que ambos tiveram na véspera.
Em seguida, os líderes participaram do ato simbólico de plantar uma árvore em um jardim, percorreram a pé parte do recinto e visitaram o Kotai, o edifício principal onde se realiza o culto a Amaterasu, a deusa do sol, há aproximadamente dois milênios.
Durante o passeio, os líderes conversaram entre eles de forma descontraída, e não realizaram os rituais xintoístas de lavar mãos e boca na entrada, nem de fazer reverências e bater palmas diante do santuário.
O lugar foi escolhido por sua "beleza única" e por representar "a essência da tradição e a natureza do Japão", segundo explicou ontem o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Yasuhisa Kawamura, que também descartou que o ato incluiria "qualquer formalidade" religiosa.
"Esperamos que os líderes sintam diretamente o ar, a água e a atmosfera tradicional japonesa que este lugar representa de forma tão eloquente", comentou Kawamura.
Consciente de que a escolha do santuário poderia despertar desconfiança no exterior, sobretudo devido ao fato de o xintoísmo ter sido a religião oficial do Japão Imperial, o governo japonês se esforçou por apresentar o ato como uma visita mais ligada à tradição e à cultura do Japão do que à religião.
No país asiático, o xintoísmo está em um meio termo entre o folclore e a religião, e, apesar de a maioria da população se definir como não religiosa, é habitual que os japoneses sigam ritos e crenças xintoístas.
No entanto, nos últimos dias surgiram algumas críticas a essa visita, procedentes de associações cristãs do Japão e de acadêmicos, para quem o ato poderia se contrapor ao princípio de liberdade religiosa contemplado pela Constituição japonesa.
Em qualquer caso, não se trata da primeira vez em que os líderes dos países mais industrializados do mundo visitam um lugar de culto religioso dentro de uma de suas cúpulas, como aconteceu na reunião do G8 em 1998, em Colônia, na Alemanha, na qual os chefes de governo compareceram à catedral da cidade.
Após este ato de boas-vindas, os líderes se transferirão para o exclusivo hotel na ilha de Kashiko, onde ficarão hospedados e realizarão as reuniões em meio a um amplo dispositivo de segurança. EFE
ahg/rpr
(foto)(vídeo)
Os responsáveis de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e da União Europeia foram recebidos pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe neste exuberante recinto situado em uma região montanhosa e de florestas frondosas na província de Mie, no centro do país.
O líder japonês aguardou a chegada de cada chefe de governo em um dos descomunais "torii" (arco sagrado) que marca a entrada para o espaço espiritual, e estendeu sua mão a todos, desde o primeiro a chegar, o presidente francês François Hollande, até o último, seu colega americano, Barack Obama.
Um por um, e guiados por um sacerdote xintoísta vestido de branco, os líderes cruzaram a ponte Uji sobre o rio Isuzu, que segundo a crença popular, serve como fronteira entre o reino dos deuses e o mundo material.
Obama, por ser o último a chegar, atravessou a estrutura acompanhado de Abe, e foi possível ver que os dois conversavam enquanto caminhavam sobre a ponte de madeira de cem metros de extensão, depois da reunião bilateral que ambos tiveram na véspera.
Em seguida, os líderes participaram do ato simbólico de plantar uma árvore em um jardim, percorreram a pé parte do recinto e visitaram o Kotai, o edifício principal onde se realiza o culto a Amaterasu, a deusa do sol, há aproximadamente dois milênios.
Durante o passeio, os líderes conversaram entre eles de forma descontraída, e não realizaram os rituais xintoístas de lavar mãos e boca na entrada, nem de fazer reverências e bater palmas diante do santuário.
O lugar foi escolhido por sua "beleza única" e por representar "a essência da tradição e a natureza do Japão", segundo explicou ontem o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Yasuhisa Kawamura, que também descartou que o ato incluiria "qualquer formalidade" religiosa.
"Esperamos que os líderes sintam diretamente o ar, a água e a atmosfera tradicional japonesa que este lugar representa de forma tão eloquente", comentou Kawamura.
Consciente de que a escolha do santuário poderia despertar desconfiança no exterior, sobretudo devido ao fato de o xintoísmo ter sido a religião oficial do Japão Imperial, o governo japonês se esforçou por apresentar o ato como uma visita mais ligada à tradição e à cultura do Japão do que à religião.
No país asiático, o xintoísmo está em um meio termo entre o folclore e a religião, e, apesar de a maioria da população se definir como não religiosa, é habitual que os japoneses sigam ritos e crenças xintoístas.
No entanto, nos últimos dias surgiram algumas críticas a essa visita, procedentes de associações cristãs do Japão e de acadêmicos, para quem o ato poderia se contrapor ao princípio de liberdade religiosa contemplado pela Constituição japonesa.
Em qualquer caso, não se trata da primeira vez em que os líderes dos países mais industrializados do mundo visitam um lugar de culto religioso dentro de uma de suas cúpulas, como aconteceu na reunião do G8 em 1998, em Colônia, na Alemanha, na qual os chefes de governo compareceram à catedral da cidade.
Após este ato de boas-vindas, os líderes se transferirão para o exclusivo hotel na ilha de Kashiko, onde ficarão hospedados e realizarão as reuniões em meio a um amplo dispositivo de segurança. EFE
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