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Oposição venezuelana impulsionará referendo mesmo após Carta Democrática

31/05/2016 22h56

Caracas, 31 mai (EFE).- A oposição da Venezuela anunciou nesta terça-feira que manterá suas ações para ativar um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, mesmo com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e outros fóruns internacionais cogitando medidas para aplacar a crise política e social do país.

"A Carta Democrática não muda o governo e é preciso dizer isso com muita clareza, com muita responsabilidade. A solução à crise é o revogatório", disse o duas vezes candidato à presidência Henrique Capriles em pronunciamento transmitido pelo site capriles.tv.

O também governador do estado de Miranda assegurou que a solução para a crise no país está na Constituição, onde está estabelecido o referendo revogatório.

"Queira ou não queira, Maduro vai entrar na Constituição, te vamos fazer entrar pela Constituição, não tenha nenhuma dúvida", bradou Capriles.

Além disso, afirmou que a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) está enfrentando "um cartel" de delinquentes que "não tem nenhum tipo de escrúpulos" e que daí vêm as denúncias feitas pelo chavismo sobre a suposta fraude nas assinaturas para ativar o referendo.

"Não deem ouvidos a esses porta-vozes (...) neste ano vai haver revogatório, porque essa é a decisão da maioria do povo venezuelano, toda a opinião internacional junta vai dizer também ao governo: 'O senhor tem que submeter-se ao escrutínio popular'", ressaltou.

A MUD também divulgou hoje um comunicado com declarações do presidente do parlamento, o opositor Henry Ramos Allup, nas quais reitera que a aliança seguirá lutando pelo referendo revogatório.

"Nenhum mecanismo promovido em nenhuma instância nos fará ceder no exercício de nosso direito constitucional de promover o referendo revogatório neste mesmo ano, e continuar com todas as demais reivindicações que estamos fazendo perante um Estado que não respeita o estado de direito", destacou Ramos Allup.