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Merkel: "não haverá negociações informais nem formais sem pedido do R.Unido"

28/06/2016 13h22

Bruxelas, 28 jun (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou nesta terça-feira que não haverá negociações "formais nem informais" até que o Reino Unido tenha notificado seu desejo de deixar a União Europeia (UE) ao acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa para iniciar as negociações, mas pediu que o bloco continue olhando para esse país como um "amigo e parceiro".

"Para mim é importante que negociemos apenas quando o Reino Unido fizer o pedido, o que quer dizer que não haverá conversas informais ou formais antes que o Executivo britânico ative o artigo 50 e formule uma solicitação", comentou Merkel em sua chegada à cúpula europeia.

A chanceler alemã ressaltou a importância de "buscar soluções" para a União Europeia (UE) entre os 27 países-membros, mas destacou que é preciso "desenvolver a União e nos ocuparmos de gerar emprego, de fomentar a competitividade das economias, devemos fazê-lo juntos".

Por outro lado, Merkel argumentou que a UE deve olhar para o Reino Unido "como amigo e parceiro", apesar da decisão de sair da UE, algo que a chanceler alemã "lamenta muito".

"De muitas maneiras estamos ligados", explicou Merkel, que afirmou que a cúpula é uma oportunidade para que o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, explique aos demais sócios seus planos e sua avaliação do "Brexit".

O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, que presidiu hoje uma sessão extraordinária na Eurocâmara, comentou que não se trata de uma cúpula ordinária e que no referendo há dois elementos: um de tristeza porque uma maioria votou a favor do "Brexit" e um perigoso "para o Reino Unido e para nós".

No entanto, Schulz disse que agora não se pode dizer que "não estamos levando isso a sério", por isso, primeiro é preciso discutir como organizar o processo e só depois falar de uma nova relação.

O presidente do PE disse que é plausível entender que o governo necessite um pouco de tempo, que tenha que comparecer ao parlamento e que é preciso desenvolver um roteiro, mas reiterou que não se pode "esperar demais" e que "as negociações" do artigo 50 devem começar "o mais rápido possível".