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Austrália retoma apuração de votos para determinar vencedor das eleições

04/07/2016 23h54

Sydney (Austrália), 5 jul (EFE).- A Comissão Eleitoral Australiana (AEC) começou nesta terça-feira (data local) a contagem dos votos emitidos por correspondência para as eleições gerais realizadas no último sábado, que não produziram um vencedor claro, enquanto o executivo e a oposição continuam as negociações para formar um governo minoritário.

A AEC advertiu que o resultado do pleito pode ser divulgado somente na próxima semana ou até um mês, devido ao complexo sistema de apuração na Austrália.

O portal da comissão indica que o Partido Trabalhista, de Bill Shorten, tem 71 cadeiras; a coalizão Liberal-Nacional do primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, 67. Seis estariam em mãos das formações minoritárias e independentes e outras seis em dúvida.

Mas os cálculos da emissora local "ABC" indicam que a coalizão governista tem 68 cadeiras, trabalhistas (67), formações minoritárias e independentes (5) e estão em dúvida (10), embora estes números podem mudar ao longo do dia.

Nenhum dos partidos se aproxima das 76 cadeiras necessárias para alcançar a maioria no Congresso, que nomeia o governo.

O procurador-geral, George Brandis, disse que a coalizão segue "bastante confiante" em conseguir "uma maioria suficiente" na câmera, aguardando que o "resultado final nas cadeiras fortemente disputados estejam disponíveis nos próximos dias", de acordo com declarações citadas pela "ABC".

A aliança acredita que os votos por correspondência serão favoráveis, embora alguns analistas apostam que o número máximo de cadeiras será de 75, um a menos que a maioria necessária.

Se a coalizão não alcançar o número de 76 cadeiras, o vice-primeiro-ministro, Barnaby Joyce, está confiante em conseguir que os deputados independentes apoiem a aliança.

Por sua vez, o deputado trabalhista Anthony Albanese admitiu ao canal "ABC" que a oposição não vai conseguir os 76 votos necessários para governar sozinha, mas ressaltou que "Shorten é um negociador forte" à espera que uma hipotética aliança o leve até o poder.

O novo governo australiano terá, além disso, uma Câmara Alta potencialmente hostil já que deverá lidar dez senadores de partidos minoritários e independentes, entre eles o grupo xenofóbico "Uma Nação" liderado por Pauline Hanson.