Topo

Exército sírio anuncia trégua de 72 horas em todo país

06/07/2016 09h55

(Atualiza com comunicado da oposição).

Beirute, 6 jul (EFE).- O Comando Geral das Forças Armadas da Síria anunciou nesta quarta-feira uma trégua de 72 horas em todo o país, que coincide com Eid al-Fitr, a festividade muçulmana que marca o fim do Ramadã.

Em comunicado, divulgado por meios oficiais sírios, o Exército explicou que "o regime de calma" começou à 1h (horário local, 19h em Brasília do dia 5).

Por sua vez, o coordenador geral da opositora Comissão Suprema para as Negociações (CSN), Riad Hijab, pediu em comunicado, divulgado no Twitter, o cumprimento da trégua por todos os grupos envolvidos e parabenizou o povo sírio pela festa do Eid al-Fitr.

O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdul Rahman, disse à Agência Efe que na prática espera-se que o fim das hostilidades entre comece a partir das 13h de hoje (horário local, 7h em Brasília), já que desde a meia-noite estão sendo registrados ataques em distintas partes do país.

Durante o mês do Ramadã, pelo menos 1.138 civis morreram, sendo 249 menores de idade e 123 mulheres, de acordo com dados do Observatório. O maior número de vítimas, 655, foi causado pelos bombardeios de aviões russos e sírios.

Outras 45 pessoas foram assassinadas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI); enquanto 108 morreram em ações da artilharia governamental; 26 em atos de tortura em prisões do regime; 35 em ataques aéreos da coalizão internacional antijihadista; e 98 atingidas por foguetes de facções armadas opositoras.

Além disso, outros 17 civis morreram atingidos pela Guarda turca; 44 em atentados com carros-bomba e de suicidas com cintos de explosivos; quatro pela falta de remédios e alimentos; 14, por disparos das Forças da Síria Democrática (FSD); 91 por motivos desconhecidos; e um por tortura de grupos islâmicos.

Abdul Rahman explicou que "esta é a primeira trégua deste tipo que entra em vigor em todo o território sírio desde o começo do conflito", em 2011.

Em fevereiro, Rússia e Estados Unidos acertaram um cessar-fogo na Síria, que excluía as áreas sob o controle do EI e da Frente al Nusra - filial da Al Qaeda no país. Tanto o governo de Damasco quanto a CSN, a principal aliança opositora, aceitaram essa medida, que, no entanto, fracassou pela permanência da violência em várias partes da Síria, especialmente em Aleppo.