Governo alemão não indenizará vítimas de pedófilo nazista no Chile
Santiago do Chile, 12 jul (EFE).- A Alemanha não indenizará as vítimas da Colônia Dignidade, o enclave no sul do Chile onde durante 44 anos operou uma seita liderada pelo pedófilo nazista Paul Schäefer, que cometeu graves violações aos direitos humanos e colaborou com os aparelhos repressores do regime de Augusto Pinochet.
"Não aceitaremos reivindicações de reparação. O governo alemão não instaurou a ditadura no Chile", declarou nesta terça-feira o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, no início de uma visita de Estado ao país sul-americano centrada na recuperação da memória histórica e no impulso das relações bilaterais.
Em um pronunciamento à imprensa junto com a presidente chilena, Michelle Bachelet, o chefe de Estado alemão se referiu às denúncias feitos por colonos alemães vítimas de Paul Schäefer, ex-prisioneiros políticos chilenos e familiares de que nesse lugar foram torturados e assassinados.
Entre 1961 e 2005, a Colônia Dignidade, rebatizada hoje como Villa Baviera, foi o centro de operações de uma seita que submeteu 300 pessoas com trabalhos forçados, castigos e manipulação mental, além de cometer abusos sexuais contra menores.
Após o golpe de Estado que em 1973 derrubou Salvador Allende, Schäfer ofereceu as instalações à polícia secreta do regime de Pinochet e a Colônia Dignidade acabou convertendo-se em uma peça-chave do aparelho repressor da ditadura.
"Chile e Alemanha tiveram capítulos obscuros em seu passado, nem sempre foram democracias", lembrou Gauck, que destacou os "esforços para recuperar a memória histórica do ocorrido na Alemanha nazista e na Alemanha comunista".
O presidente alemão, que amanhã visitará em Santiago o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, elogiou a decisão do ministro das Relações Exteriores de seu país, Franck Walter Steinmeier, de tirar o selo de confidencialidade todas as atas relacionadas com a Colônia Dignidade.
Gauck também reconheceu a inação dos diplomatas alemães da época para receber as denúncias dos colonos sobre "a atuação criminosa de Paul Schëfer".
"A Alemanha lamenta que seus diplomatas tenham virado o rosto (...), mas dizer que houve corresponsabilidade seria demais", especificou Joachim Gauck.
"O mais relevante é saber, se após a divulgação dos arquivos na Alemanha, o mesmo também será feito no Chile", acrescentou.
A esse respeito, Bachelet ratificou o compromisso de seu governo de esclarecer a verdade, administrar justiça e reparar o dano às vítimas.
Embora não se tenha números exatos, estima-se que metade dos 350 opositores à ditadura que foram levados a esse lugar nunca saíram com vida.
As vítimas da repressão denunciaram os fatos perante os tribunais chilenos, onde atualmente há várias causas abertas.
Ontem mesmo, a Associação pela Memória e os Direitos Humanos Colônia Dignidade apresentou uma denúncia contra os responsáveis de torturas e desaparecimentos de opositores à ditadura de Pinochet (1973-1990) cometidos no enclave alemão depois do golpe militar.
"Não aceitaremos reivindicações de reparação. O governo alemão não instaurou a ditadura no Chile", declarou nesta terça-feira o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, no início de uma visita de Estado ao país sul-americano centrada na recuperação da memória histórica e no impulso das relações bilaterais.
Em um pronunciamento à imprensa junto com a presidente chilena, Michelle Bachelet, o chefe de Estado alemão se referiu às denúncias feitos por colonos alemães vítimas de Paul Schäefer, ex-prisioneiros políticos chilenos e familiares de que nesse lugar foram torturados e assassinados.
Entre 1961 e 2005, a Colônia Dignidade, rebatizada hoje como Villa Baviera, foi o centro de operações de uma seita que submeteu 300 pessoas com trabalhos forçados, castigos e manipulação mental, além de cometer abusos sexuais contra menores.
Após o golpe de Estado que em 1973 derrubou Salvador Allende, Schäfer ofereceu as instalações à polícia secreta do regime de Pinochet e a Colônia Dignidade acabou convertendo-se em uma peça-chave do aparelho repressor da ditadura.
"Chile e Alemanha tiveram capítulos obscuros em seu passado, nem sempre foram democracias", lembrou Gauck, que destacou os "esforços para recuperar a memória histórica do ocorrido na Alemanha nazista e na Alemanha comunista".
O presidente alemão, que amanhã visitará em Santiago o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, elogiou a decisão do ministro das Relações Exteriores de seu país, Franck Walter Steinmeier, de tirar o selo de confidencialidade todas as atas relacionadas com a Colônia Dignidade.
Gauck também reconheceu a inação dos diplomatas alemães da época para receber as denúncias dos colonos sobre "a atuação criminosa de Paul Schëfer".
"A Alemanha lamenta que seus diplomatas tenham virado o rosto (...), mas dizer que houve corresponsabilidade seria demais", especificou Joachim Gauck.
"O mais relevante é saber, se após a divulgação dos arquivos na Alemanha, o mesmo também será feito no Chile", acrescentou.
A esse respeito, Bachelet ratificou o compromisso de seu governo de esclarecer a verdade, administrar justiça e reparar o dano às vítimas.
Embora não se tenha números exatos, estima-se que metade dos 350 opositores à ditadura que foram levados a esse lugar nunca saíram com vida.
As vítimas da repressão denunciaram os fatos perante os tribunais chilenos, onde atualmente há várias causas abertas.
Ontem mesmo, a Associação pela Memória e os Direitos Humanos Colônia Dignidade apresentou uma denúncia contra os responsáveis de torturas e desaparecimentos de opositores à ditadura de Pinochet (1973-1990) cometidos no enclave alemão depois do golpe militar.
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