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Modi promete não deixar "pedra sobre pedra" para isolar o Paquistão do mundo

24/09/2016 12h39

Nova Délhi, 24 set (EFE).- O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acusou neste sábado o Paquistão de ser responsável pelo ataque que provocou a morte de 18 soldados do país em uma base militar da Caxemira e afirmou que não deixará "pedra sobre pedra" para isolar o vizinho internacionalmente.

"Os terroristas exportados pelos nossos vizinhos mataram nossos soldados. A Índia nunca esquecerá isso", afirmou o primeiro-ministro em um comício no estado de Kerala, no sul do país.

Modi ressaltou que o sacrifício dos militares mortos no último domingo perto da fronteira de facto com o Paquistão, a chamada Linha de Controle, não será em vão e prometeu isolar o país vizinho nos fóruns internacionais.

O ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, já tinha acusado o Paquistão de ser responsável pelo ataque, intensificando uma troca de acusações que começou há quase três meses depois de uma série de protestos na Caxemira pela morte de um insurgente separatista.

A Índia e o Paquistão disputam a região desde a divisão do subcontinente em 1947 e já travaram duas guerras por ela, fora outros conflitos menores. Se soma ao histórico de confronto os reiterados protestos de Nova Délhi pelo suposto patrocínio de Islamabad a terroristas que atacam o território indiano.

"Só há uma nação na Ásia que tem como objetivo que este século não seja da Ásia e que está associada com o terrorismo. Onde quer que ocorra o terrorismo na Ásia, as nações afetadas culpam apenas esta nação", disse Modi, sem citar diretamente o Paquistão.

Posteriormente, o primeiro-ministro afirmou que o Paquistão é monopoliza a formação de terrorista ou os abriga, citando como exemplo o caso do ex-líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.

Sobre o problema da Caxemira, que foi o tema central do discurso do primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, nesta semana na Assembleia-Geral da ONU, Modi afirmou que os discursos dos líderes paquistaneses são "escritos por terroristas".

Depois de Islamabad ter elogiado a figura do homem morto pelas tropas indianas, fato que desencadeou a pior onda de violência na Caxemira em seis anos, Modi alertou os paquistaneses que eles estão sendo "enganados" por seus governantes sobre a dialética na região.

"As pessoas do Paquistão deveriam perguntar aos seus líderes porque a Índia e o Paquistão obtiveram a liberdade (do Reino Unido) no mesmo ano, mas a Índia exporta software e seus líderes exportam terroristas", concluiu o primeiro-ministro.

Segundo a Índia, o número de terroristas que tentaram cruzar a Linha de Controle disparou neste ano, com 31 insurgentes mortos.

Na Caxemira, os protestos já deixaram 85 vítimas fatais e mais de 10 mil feridos.