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Morales critica Trump e "fascismo" por "festa" após morte de Fidel Castro

27/11/2016 15h06

La Paz, 27 nov (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou neste domingo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o "fascismo" por fazerem uma "festa" para celebrar a morte do líder da Revolução cubana, Fidel Castro.

"Quase todo mundo chora, faz uma homenagem póstuma a Fidel, mas o presidente eleito dos Estados Unidos com um grupo de pessoas faz festa. Não posso entender e quero dizer a eles que o fascismo, com muito cinismo, festeja a morte de Fidel", disse Morales em discurso.

Em ato diante de uma comunidade indígena aimara, o governante boliviano também afirmou que a posição de Trump e dos que comemoraram a morte do histórico líder cubano refletem "a cultura do imperialismo, do capitalismo".

"Vocês sabem, quando alguém morre em uma comunidade (indígena) não importa se há problemas, todos fazemos uma homenagem, todos fazemos o enterro", argumentou.

Morales voltou a elogiar a figura do revolucionário cubano e o chamou de "avô sábio", destacou a luta contra o "imperialismo" e o comparou com o líder indiano Tupac Katari, que em 1781 liderou um levante contra a colônia espanhola no território andino que hoje é a Bolívia.

Trump, que assumirá a presidência dos Estados Unidos em janeiro, prometeu no sábado que seu governo fará "todo o possível para garantir que o povo cubano possa iniciar finalmente seu caminho para rumo à prosperidade e à liberdade", em comunicado sobre a morte de Fidel Castro, a quem considerou um "brutal ditador".

O magnata republicano se pronunciou em comunicado no qual ressaltou que Castro "oprimiu o próprio povo" e que com sua morte, aos 90 anos, deixa "um legado de fuzilamentos, roubo, sofrimento inimaginável, pobreza e negação de direitos humanos fundamentais".

No sábado, Morales afirmou perante apoiadores que, após a morte de Fidel Castro e do líder venezuelano Hugo Chávez, em 2013, seguirá lutando "com mais força" contra o "império americano".

"Certamente alguns dirão que, como não há Fidel, nem Hugo, não há luta. Com mais força, irmãos e irmãs, vamos continuar lutando contra essa dominação, contra essa humilhação que vem do império americano nestes tempos", declarou Morales.

Bolívia e Estados Unidos não têm relações em nível de embaixadores desde que em 2008 o líder boliviano expulsou o embaixador Philip Goldberg e Washington respondeu na mesma moeda ao devolver o representante boliviano Gustavo Guzmán.