Metade da população da Rep. Centro-Africana precisa de ajuda para sobreviver
Genebra, 28 nov (EFE).- A ONU pediu nesta segunda-feira a países doadores US$ 400 milhões para ajudar 1,6 milhão de pessoas em 2017 na República Centro-Africana, onde metade da população precisa de ajuda humanitária para sobreviver.
"Fazemos este apelo para obter mais apoio e mais atenção para uma das piores emergências humanitárias que o mundo de hoje enfrenta, uma situação que está esquecida ou oculta por outras crises no mundo", declarou em entrevista coletiva Fabrizio Hochschild, coordenador humanitário da ONU no país africano.
Hochschild explicou que uma em cada cinco crianças do país não chegará a completar cinco anos, e que uma em cada dez mulheres grávidas morrerá durante o parto.
Além disso, segundo o Unicef, 40% das crianças sofrem desnutrição crônica, o que as impede de conseguir um desenvolvimento pleno e lhes trará consequências nefastas para o resto da vida.
"A República Centro-Africana é um dos lugares mais pobres e mais esquecidos da Terra, no qual continua havendo um conflito que gera mortos, feridos e deslocados e no qual as principais vítimas são as mulheres e as crianças", acrescentou o funcionário internacional.
Em 2013 começou um conflito entre duas milícias rivais, os Séléka, de maioria muçulmana, e os combatentes cristãos conhecidos como Anti-Balaka, que causou milhares de mortes e o êxodo em massa de um terço da população.
Apesar de aquele conflito em teoria ter terminado e, desde então, um governo democraticamente eleito estar no poder, ainda há múltiplos focos de violência que abalam o desenvolvimento do país.
"A situação humanitária é muito preocupante, mas não poderemos resolvê-la totalmente até que não tenhamos estabilidade, e não a alcançaremos até que tenhamos paz", declarou, por sua vez, a ministra de Bem-Estar Social e Reconciliação do país, Virginie Baikoua.
A ministra explicou que os diferentes focos de violência não podem ser definidos por seu caráter religioso ou étnico. Algo com o qual concorda Hochschild, que disse que "a constelação de alianças entre os diferentes grupos armados é muito complexa".
"Embora seja verdade que alguns grupos usam o ódio em relação ao 'outro' em suas estratégias e manipulam conceitos e afiliações", acrescentou.
Para conseguir o fim da impunidade, Baikoua e Hochschild explicaram que serão estabelecidos três níveis de Justiça: uma corte estabelecida pelo Tribunal Penal Internacional que julgará os supostos crimes de guerra ou contra a humanidade; uma Corte Penal Especial, baseada na lei nacional e com juízes locais, mas com colaboração de magistrados internacionais; e a Justiça comum.
"A ideia é avançar rapidamente, e que em função da gravidade dos crimes, os casos sejam levados a uma jurisdição ou outra", explicou a ministra.
No dia 17 de outubro, o país obteve em uma conferência de doadores patrocinada pela União Europeia compromissos de ajuda financeira de US$ 2,06 bilhões para os próximos três anos, como parte de um plano de cinco anos de estabilização e reconstrução do país com custo de US$ 3,161 bilhões.
"Mas continuamos precisando implementar o plano da ONU, e para isso precisamos de novos fundos, como complemento ao que obtivemos em Bruxelas", alegou a ministra.
"Fazemos este apelo para obter mais apoio e mais atenção para uma das piores emergências humanitárias que o mundo de hoje enfrenta, uma situação que está esquecida ou oculta por outras crises no mundo", declarou em entrevista coletiva Fabrizio Hochschild, coordenador humanitário da ONU no país africano.
Hochschild explicou que uma em cada cinco crianças do país não chegará a completar cinco anos, e que uma em cada dez mulheres grávidas morrerá durante o parto.
Além disso, segundo o Unicef, 40% das crianças sofrem desnutrição crônica, o que as impede de conseguir um desenvolvimento pleno e lhes trará consequências nefastas para o resto da vida.
"A República Centro-Africana é um dos lugares mais pobres e mais esquecidos da Terra, no qual continua havendo um conflito que gera mortos, feridos e deslocados e no qual as principais vítimas são as mulheres e as crianças", acrescentou o funcionário internacional.
Em 2013 começou um conflito entre duas milícias rivais, os Séléka, de maioria muçulmana, e os combatentes cristãos conhecidos como Anti-Balaka, que causou milhares de mortes e o êxodo em massa de um terço da população.
Apesar de aquele conflito em teoria ter terminado e, desde então, um governo democraticamente eleito estar no poder, ainda há múltiplos focos de violência que abalam o desenvolvimento do país.
"A situação humanitária é muito preocupante, mas não poderemos resolvê-la totalmente até que não tenhamos estabilidade, e não a alcançaremos até que tenhamos paz", declarou, por sua vez, a ministra de Bem-Estar Social e Reconciliação do país, Virginie Baikoua.
A ministra explicou que os diferentes focos de violência não podem ser definidos por seu caráter religioso ou étnico. Algo com o qual concorda Hochschild, que disse que "a constelação de alianças entre os diferentes grupos armados é muito complexa".
"Embora seja verdade que alguns grupos usam o ódio em relação ao 'outro' em suas estratégias e manipulam conceitos e afiliações", acrescentou.
Para conseguir o fim da impunidade, Baikoua e Hochschild explicaram que serão estabelecidos três níveis de Justiça: uma corte estabelecida pelo Tribunal Penal Internacional que julgará os supostos crimes de guerra ou contra a humanidade; uma Corte Penal Especial, baseada na lei nacional e com juízes locais, mas com colaboração de magistrados internacionais; e a Justiça comum.
"A ideia é avançar rapidamente, e que em função da gravidade dos crimes, os casos sejam levados a uma jurisdição ou outra", explicou a ministra.
No dia 17 de outubro, o país obteve em uma conferência de doadores patrocinada pela União Europeia compromissos de ajuda financeira de US$ 2,06 bilhões para os próximos três anos, como parte de um plano de cinco anos de estabilização e reconstrução do país com custo de US$ 3,161 bilhões.
"Mas continuamos precisando implementar o plano da ONU, e para isso precisamos de novos fundos, como complemento ao que obtivemos em Bruxelas", alegou a ministra.
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