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Presidente peruano diz acreditar "no amor, mas não às custas do Estado"

28/11/2016 18h11

Lima, 28 nov (EFE).- O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou nesta segunda-feira que "acredita no amor, mas não às custas do Estado", ao comentar a renúncia de seu de Mariano González do Ministério da Defesa, após a imprensa local denunciar que o ministro havia nomeado a namorada como sua principal assessora.

"Infelizmente hoje teve que renunciar o ministro da Defesa, mas não podemos ter um padrão para mulheres e outro para homens", afirmou o governante em vídeo publicado em sua conta no Facebook.

Kuczynski ressaltou que, por esse motivo, "não pode haver relações (desse tipo) amparadas pelo Estado."

"Eu acredito no amor também, mas não às custas do Estado e agradeço muito ao ministro Mariano (González), que nos acompanhou na campanha, e desejo tudo de melhor a ele e sua família", concluiu.

O programa Panorama, da emissora local "Pan-americana Televisión", denunciou no domingo que González tinha promovido a mulher com a qual tem uma relação amorosa, que trabalhava no Vice-ministério de Defesa, ao cargo de sua assessora principal.

Após a informação se tornar pública, González admitiu que a mulher é sua namorada, embora tenha garantido que não existia um conflito de interesse nem uma violação administrativa porque a relação começou depois que ela assumisse o cargo.

"O que há é um fato de amor, apaixonar-se não é um crime", comentou.

O primeiro-ministro do Peru, Fernando Zavala, declarou nesta segunda-feira que, após tomar conhecimento da denúncia, conversou com Kuczynski e depois pediu a González que pusesse seu cargo à disposição para aceitar sua renúncia.

Zavala acrescentou que o novo titular do Ministério da Defesa será anunciano nesta semana e rejeitou a alegação de González de que as imagens divulgadas no programa Panorama, nas quais aparece passeando com sua namorada, foram resultado de perseguição de alguma organização de informação do Estado.

"Não é política deste governo fazer nenhum tipo de regulagem nem o monitoramento de nenhuma autoridade", concluiu.