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Amantes, enfermeira e médico são presos pela morte de pacientes na Itália

O médico Leonardo Cazzaniga e a enfermeira Laura Taroni em foto divulgada pela imprensa italiana - Reprodução
O médico Leonardo Cazzaniga e a enfermeira Laura Taroni em foto divulgada pela imprensa italiana Imagem: Reprodução

Em Roma

30/11/2016 11h34

Um médico e uma enfermeira que mantinham um relacionamento amoroso foram presos sob a acusação de matar quatro pacientes e o marido da mulher com injeções em um hospital da cidade de Saronno, no norte da Itália.

A imprensa italiana traz nesta quarta-feira (30) detalhes e transcrições das escutas telefônicas que levaram à prisão do anestesista Lorenzo Cazzaniga, de 60 anos, e de Laura Taroni, de 40. Em uma delas, a mulher pergunta ao amante se é necessário matar também os próprios filhos, de 8 e 11 anos, mas o médico desencoraja: "Não, as crianças não".

Segundo as investigações, que tiveram como foco os anos de 2012 e 2013, o anestesista induziu a morte de quatro idosos internados no hospital com injeções intravenosas de doses de remédios superiores às prescritas. A investigação também analisou a morte do marido de Laura, Massimo Guerra, aos 46 anos.

Nas conversas interceptadas, os amantes conversavam sobre o que fizeram e debatem se seriam acusados de homicídio doloso (com intenção de matar) ou o que fizeram poderia ser considerado eutanásia.

"Eutanásia é outra coisa (...) o que você fez foi fornecer uma mistura de medicamentos para que eles não conseguissem nem respirar", diz a enfermeira, de acordo com os jornais italianos.

Segundo a imprensa, Laura envenenou por anos seu marido para que ele enfraquecesse. Depois, ela o convenceu que ele tinha diabetes com a ajuda de Cazzaniga, que falsificou os exames de sangue. Acredita-se que o marido morreu em junho de 2013 devido a um aumento paulatino das doses de insulina que ela aplicava.

A investigação, no entanto, não está encerrada. De acordo com os jornais, o processo poderia se prolongar já que existem suspeitas sobre outras mortes, como o da mãe e o do sogro da enfermeira.

Nas conversas, os dois falam da necessidade de que os corpos fossem cremados para não deixar provas.

Apesar de se esforçarem para despistar, por vezes, o médico deixou escapar que se sentia como "o anjo da morte" e uma testemunha revelou que ouviu Cazzaniga dizer que ele abriria suas "asas de anjo da morte" com um determinado paciente.