Topo

Mais de 3.500 militares participam dos trabalhos de resgate do avião russo

Viktor Klyushin/AP
Imagem: Viktor Klyushin/AP

Em Moscou

26/12/2016 06h09

Mais de 3.500 militares, 39 embarcações, 32 aparelhos aéreos e sete batiscafos participam nesta segunda-feira da operação realizada pela Rússia para resgatar os corpos das 92 pessoas que morreram ontem a bordo do avião militar Tu-154 que caiu nas águas do Mar Negro.

Os operários de resgate, entre eles 135 mergulhadores, recuperaram até agora 11 corpos e 154 partes do avião que caiu minutos após decolar neste domingo do aeroporto de Sochi, no sul do país, com destino à base militar russa na Síria.

Os corpos resgatados chegaram esta manhã a Moscou a bordo de um avião de transporte militar, informaram as agências russas.

Os militares que participam da operação de resgate delimitaram a área de busca do avião acidentado e acreditam em localizar o aparelho ao longo do dia de hoje.

"Acredito que hoje poderemos localizar o local onde está o avião no fundo do Mar Negro", afirmou aos jornalistas o comandante-em-chefe das Forças Aeroespaciais da Rússia, Viktor Bondarev.

Os especialistas russos determinaram a trajetória que o aparelho seguiu antes de cair e concluíram que o Tu-154 caiu na água a seis quilômetros do litoral.

Apesar das caixas-pretas do Tu-154 não emitirem sinais de rádio para facilitar sua localização, Bondarev se mostrou confiante de que estas serão encontradas e poderão esclarecer as circunstâncias do acidente.

"Sabemos onde estão, no estabilizador vertical. Tenho certeza que o estabilizador vertical sofreu o menor dano, já que o choque foi com a parte inferior e a fuselagem da aeronave", explicou.

O ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, descartou hoje um atentado terrorista entre as causas prováveis do acidente, e apontou para o "estado técnico do aparelho ou uma falha de pilotagem" como as duas versões prioritárias da investigação.

A Rússia vive hoje um dia de luto nacional em memória das vítimas da tragédia aérea.

As principais redes de televisão do país modificaram sua programação, da qual retiraram humorísticos e outros de diversão.

Na aeronave acidentada viajavam militares, nove jornalistas e 64 integrantes do coro e conjunto de dança Alexandrov do Exército russo, que ia animar a comemoração de Ano Novo na base aérea síria de Khmeimim, onde a Rússia tem um agrupamento de aviões de guerra.

Entre os passageiros também estava a presidente da fundação "Ajuda Justa", a médica Elizaveta Glinka.

O avião, com capacidade para até 180 passageiros, vinha de Moscou e tinha feito escala para reabastecer no aeroporto de Sochi.

O aparelho acidentado foi fabricado em 1983, e há dois anos foi submetido a uma revisão geral.

Desde então, o fabricante não tinha recebido dos proprietários do aparelho pedidos de manutenção técnica nem de consertos.