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EUA esperam que "positivo" cessar-fogo na Síria possa facilitar negociações

29/12/2016 22h31

Washington, 29 dez (EFE).- O governo dos Estados Unidos considerou nesta quinta-feira um "acontecimento positivo" o cessar-fogo que entrou em vigor na Síria, e ressaltou que essa trégua deveria abrir caminho para negociações que acabem com o conflito, como pediu a ONU.

"A notícia de um cessar-fogo na guerra civil síria é um acontecimento positivo. Esperamos que seja completamente cumprido e seja respeitado por todas as partes", afirmou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, em comunicado enviado à Agência Efe.

"Qualquer esforço que detenha a violência, salve vidas e crie as condições para negociações políticas renovadas e produtivas será bem-vindo", completou Toner.

O porta-voz lembrou que "os EUA não foram parte das negociações que conduziram a esse anúncio", e reiterou a postura do governo americano de que "não há uma solução militar a esta crise de quase seis anos".

"A comunidade internacional espera que este cessar-fogo se mantenha, de modo que possa começar uma transição síria rumo a um governo mais representativo, unido e pacífico", acrescentou.

Nesse sentido, Toner manifestou o apoio dos EUA ao pedido do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, para que sejam retomadas as negociações em Genebra (Suíça).

De acordo com os Estados Unidos, "um processo político inclusivo entre o regime sírio e a oposição é fundamental para estabelecer um acordo durável neste conflito".

O cessar-fogo na Síria foi estipulado entre o governo sírio e grupos rebeldes, segundo o anúncio feito hoje pelo presidente russo, Vladimir Putin, e que depois foi confirmado pelo Executivo turco.

Rússia e Turquia, que apoiam o regime sírio e grupos opositores, respectivamente, entabularam recentemente conversas políticas sobre a situação na Síria e agora se constituem em uma espécie de fiadores desta cessação das hostilidades.

O cessar fogo começou às 0h desta sexta-feira na Síria (20h de Brasília) e, segundo os termos publicados, cobrirá todo o país e a todas as partes beligerantes, com exceção dos grupos terroristas Estado Islâmico (EI) e Frente da Conquista do Levante (conhecido antes como Frente al Nusra, antiga filial da Al Qaeda).

Os Estados Unidos ficaram de fora dessas negociações apesar dos esforços de seu secretário de Estado, John Kerry, para alcançar um acordo com seu homólogo russo, Sergey Lavrov, que facilitasse uma trégua na Síria.

Os EUA lideram uma coalizão internacional para combater o EI na Síria, apoiaram alguns grupos opositores e se opuseram com contundência à continuidade no poder do presidente sírio, Bashar al Assad, que conta com o apoio da Rússia e do Irã.