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Kuczynski diz que não houve nenhum contato com Toledo em sua visita aos EUA

27/02/2017 23h33

Lima, 27 fev (EFE).- O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou, em entrevista à "CNN" divulgada nesta segunda-feira, que não teve nenhuma reunião e nem conversou com o ex-mandatário Alejandro Toledo, sobre quem existe um mandado de prisão, durante a viagem que fez aos Estados Unidos no último fim de semana.

"Eu conheço ao presidente Toledo, trabalhei com ele por três anos e meio, mas não houve nenhuma reunião, nenhuma conversa telefônica, esse é um tema que está em mãos do Poder Judiciário", disse o presidente à "CNN", durante entrevista que concedeu durante a viagem.

Kuczynski foi ministro da Economia e primeiro-ministro no governo de Toledo (2001-2006), período onde a construtora Odebrecht teria dado ao ex-presidente US$ 20 milhões em propinas para a construção da estrada Interoceânica sul, segundo declarações do ex-diretor da empresa no Peru, Jorge Barata.

O chefe de Estado disse que no Peru "terá um processo (por causa dessa denúncia contra Toledo), mas que não se trata de uma caça às bruxas, mas temos que limpar a corrupção e não colocaremos panos quentes".

Toledo vive em San Francisco, Califórnia, onde trabalha como pesquisador na Universidade de Stanford.

Um juiz peruano ordenou sua prisão preventiva pelo período de 18 meses, por suposta lavagem de dinheiro e o sistema de justiça enviou informações adicionais para as autoridades americanas pedindo que capturem o ex-presidente.

Sobre a Odebrecht, Kuczynski disse que seu governo aprovou "uma legislação para que se reserve parte dos recursos" da empresa para uma provável reparação civil, "quando a Odebrecht vende esses projetos" que tem no país.

"Mas isso terá que passar por um processo judicial", disse.

A Odebrecht declarou diante das autoridades americanas que no Peru, pagou propinas de US$ 29 milhões, entre 2005 e 2014, para realizar obras durante os governos de Toledo, Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).