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Deputados venezuelanos fecham principal via de Caracas para exigir eleições

24/03/2017 16h18

Caracas, 24 mar (EFE).- Um grupo de deputados opositores venezuelanos fechou nesta sexta-feira a estrada Francisco Fajardo - a única via que conecta Caracas de leste a oeste - para exigir novas eleições, em protesto pelo atraso na realização dos pleitos regionais que deveriam ter acontecido em dezembro.

A legisladora Dinorah Figuera, do partido Primeiro Justiça (PJ), no qual milita o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles, disse à Agência Efe que esta manifestação esteve liderada por ela e outros seis deputados, todos da mesma legenda, que marcharam junto com cerca de 50 simpatizantes.

"Estamos solicitando as eleições como direito que temos a uma mudança", disse Figuera, que criticou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) por não ter divulgado ainda o cronograma para os pleitos regionais e locais e, neste sentido, instou o defensor público venezuelano, Tareq William Saab, a pronunciar-se.

A deputada explicou que o grupo de manifestantes compareceu à Defensoria Pública para colocar suas reivindicações "em viva voz" e que interrompeu o tráfego de veículos na estrada caraquenha por cerca de meia hora.

"As pessoas tocavam as buzinas dos veículos para nos expressar apoio", garantiu.

Através de sua conta no Twitter, o PJ publicou imagens e vídeos do protesto nos quais se observa dezenas de manifestantes com um cartaz que dizia "Eleições Já" e repetindo palavras de ordem como "O povo tem fome".

A parlamentar argumentou que existem "múltiplas" razões para protestar na Venezuela, entre as quais mencionou a crise econômica, a escassez generalizada, a insegurança e a inflação que, segundo estimativas do parlamento, fechou 2016 em 550%.

Figuera denunciou ainda o "grave" problema de saúde no país, depois que o Legislativo, controlado pela oposição, declarou crise humanitária na nação e assegurou que 78% dos hospitais públicos apresenta falhas em suas operações pela escassez de remédios.

Esta mobilização, segundo a deputada, foi acompanhada por agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) e terminou sem incidentes violentos.