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PT critica vazamentos que vinculam Lula e Dilma com casos de corrupção

24/03/2017 13h37

São Paulo, 24 mar (EFE).- O Partido dos Trabalhadores (PT) criticou nesta sexta-feira as "condenações sem provas" da operação Lava Jato e disparou contra os vazamentos "seletivos" que vinculam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff com casos de corrupção.

"É necessário alertar o país sobre os danos que foram causados à economia, aos trabalhadores e sobre a violação de direitos fundamentais que instaurou um Estado de exceção dentro do Estado democrático de direito", disse hoje em São Paulo o presidente do PT, Rui Falcão, no seminário "O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil".

O dirigente político criticou as "prisões arbitrárias" e as "penas sem provas" que, desde seu ponto de vista, foram realizadas pela Lava Jato nos últimos três anos, quando começou a operação para investigar os milionários desvios envolvendo a petrolífera estatal.

O ato também serviu para inocentar a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente na abertura do seminário, que acumula cinco processos penais na Justiça por suposta corrupção, a maioria deles vinculados à Petrobras.

"Invadiram sua casa, invadiram o Instituto (Lula) e não encontraram provas, não existem. Não há nenhum envolvimento do ex-presidente Lula", reiterou Falcão.

O presidente do PT denunciou, além disso, os "vazamentos seletivos" das delações de ex-diretores do grupo Odebrecht, empresa envolvida na rede de corrupção, no marco de um acordo de colaboração com a Justiça.

Nos últimos meses, veículos de imprensa vazaram extratos de algumas dessas declarações -apesar de estarem sob segredo de justiça- e atingiram Lula, Dilma e também o atual presidente, Michel Temer, assim como vários de seus ministros e dezenas de parlamentares de diversos partidos.

O último vazamento, divulgado ontem à noite, respondia a fragmentos da declaração do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht perante as autoridades eleitorais que apontavam que Lula arrecadou fundos para a campanha de seu sucessora, Dilma.

Nessa campanha, Temer acompanhou Dilma como vice-presidente, até que a substituiu, de forma interina em maio e definitivamente em agosto, quando o Congresso aprovou o impeachment contra a ex-presidente por supostas irregularidades fiscais.