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Secretário de Estado dos EUA viajará à Turquia e visitará sede da Otan

24/03/2017 16h05

Washington, 24 mar (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, viajará à Turquia na próxima semana e, em seguida, visitará a sede da Otan em Bruxelas, em uma aparente tentativa de superar a polêmica gerada pelo anúncio de que não compareceria a uma reunião de ministros da aliança em abril.

"O secretário de Estado visitará a Otan em Bruxelas na sexta-feira, dia 31 de março. A visita vai acontecer após sua viagem a Ancara, na Turquia", disse à Agência Efe uma porta-voz do Departamento de Estado.

A fonte não quis detalhar se isso significa que os EUA decidiram com a Otan realizar a reunião de ministros das Relações Exteriores da aliança no dia 31 de março, em vez de no início de abril, como estava previsto, para se ajustar à disponibilidade de Tillerson.

"Em breve, daremos detalhes sobre sua agenda", se limitou a declarar a porta-voz.

Na terça-feira passada, o Departamento de Estado americano anunciou que Tillerson não compareceria à reunião ministerial da Otan, algo muito pouco habitual para um titular das Relações Exteriores dos EUA e que não acontecia desde 2003.

Segundo vários veículos de imprensa, essa decisão se devia à possível coincidência da reunião da Otan com a próxima visita aos Estados Unidos do presidente da China, Xi Jinping, para a qual os dias 6 e 7 de abril são ventilados como possíveis datas.

O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, se limitou a indicar que a data prevista da reunião não se encaixava bem na agenda de Tillerson e afirmou que a agência entrou em contato com a Secretaria-Geral da Otan para saber se era possível trocar o dia do encontro.

Algumas vozes na Europa consideraram a prevista ausência de Tillerson um sinal negativo sobre o compromisso do governo de Donald Trump com a Aliança Atlântica, que o atual presidente americano classificou como "obsoleta" durante a campanha eleitoral do ano passado.

Desde que chegou ao poder, em janeiro, Trump suavizou o discurso em relação à Otan, mas insistiu em todas as conversas com outros líderes europeus na necessidade de aumentarem as contribuições à Aliança Atlântica em até 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Sobre a visita à Turquia, que já havia sido noticiada por veículos de imprensa turcos, o Departamento de Estado não deu detalhes. A expectativa é que as conversa tenham foco na luta contra o Estado Islâmico (EI) e no conflito na Síria, entre outros temas.

As relações entre os governos de Barack Obama e de Recep Tayyip Erdogan pioraram notavelmente no final do mandato do antecessor de Trump, mas ainda não parece haver grandes tensões entre o novo Executivo americano e o turco.

Trump e Erdogan conversaram por telefone durante 45 minutos no dia 8 de fevereiro sobre a cooperação na Otan e na luta contra o EI. EFE

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