Franceses viverão amanhã as eleições presidenciais mais incertas
Luis Miguel Pascual.
Paris, 22 abr (EFE).- A França enfrenta amanhã o primeiro turno de suas presidenciais mais incertas, tendo quatro candidatos com chances de irem ao segundo, um alto índice de indecisos e uma previsão de participação baixa, o que não é habitual.
O social-liberal Emmanuel Macron, a ultradireitista Marine Le Pen, o conservador François Fillon e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, de acordo com as pesquisas, partem com possibilidades passarem ao segundo turno, em 7 de maio, entre os 11 postulantes. Nunca antes tantos candidatos disputaram à presidência da França e o clima de suspense aumentou depois do atentado de quinta-feira na Champs-Élysées, em Paris. Ao todo, 45,6 milhões de eleitores estão habilitados a votar.
A segurança é outro ingrediente. Esta é a primeira eleição que acontece com o país em estado de emergência, decretado após os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis. O governo continua admitindo que a ameaça é elevada no país e as eleições seriam uma vitrine para os terroristas.
Aproximadamente, 50 mil integrantes da Polícia e da Gendarmaria e 7 mil militares vão reforçar a segurança durante as eleições nos mais de 66.500 colégios eleitorais abertos no país. O controle será maior na entrada dos pontos de votação. Neles, apenas quem for de fato eleitor do local poderá entrar.
Essa é uma eleição histórica e repleta de pontos de interrogação por conta da disparidade das ofertas eleitorais. Os franceses terão que escolher entre a totalmente contrária ao bloco Le Pen, o esquerdista Mélenchon, o morno Fillon e o entusiasta Macron; entre o protecionismo dos líderes ultradireitista e de esquerda, o rigor financeiro proposto pelo conservador e a liberalização econômica do ex-ministro de Economia.
São panoramas irreconciliáveis que marcarão o rumo que o país vai tomar nos próximos anos e, muito provavelmente, afetarão o futuro da União Europeia (UE). Se as eleições parecem ser imprevisíveis, inesperada também será a política que o futuro presidente vai aplicar. Todas as ofertas que estão sobre a mesa se definem como uma quebra em maior ou menor medida, o que evita ter pontos de referência no passado.
Macron aposta por acabar com os partidos e as práticas políticas tradicionais, Fillon com as políticas de aumento da dívida dos últimos anos, Le Pen com o sistema em geral e Mélenchon com a organização institucional que representa a 5ª República.
A primeira vítima pode ser o bipartidarismo que governou a França desde 1965 em uma constante alternância entre a esquerda moderada e a centro-direita. O afundamento que está sendo anunciado do Partido Socialista, cujo candidato Benoît Hamon pode ficar com menos de 10% dos votos, é a principal consequência dessa mudança. Fillon, que representa a outra ala do bipartidarismo, também não tem garantida sua presença no segundo turno, embora nas últimas semanas tenha recuperado parte do terreno perdido depois de ser acusado de mau uso dos recursos públicos por ter dado a sua esposa e seus filhos empregos fantasmas de assistentes parlamentares.
Frente ao desgaste dos partidos tradicionais, as eleições presidenciais apontam a necessidade urgente de novas caras. O ex-ministro da Economia Macron, conhecido pelo grande público há apenas dois anos, larga como favorito para conquistar o Palácio do Elísio em todas as pesquisas, após ter criado um movimento, En Marche, na contramão da prática política tradicional na França. Le Pen, que há anos está na periferia do sistema, surge mais forte do que nunca e as sondagens dão a ela recorde de votos, embora insuficientes para ganhar o segundo turno. A isso se soma o fenômeno do comunista Mélenchon, responsável por um "sprint" final na campanha à frente aos principais nomes da esquerda mais pura.
Paris, 22 abr (EFE).- A França enfrenta amanhã o primeiro turno de suas presidenciais mais incertas, tendo quatro candidatos com chances de irem ao segundo, um alto índice de indecisos e uma previsão de participação baixa, o que não é habitual.
O social-liberal Emmanuel Macron, a ultradireitista Marine Le Pen, o conservador François Fillon e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, de acordo com as pesquisas, partem com possibilidades passarem ao segundo turno, em 7 de maio, entre os 11 postulantes. Nunca antes tantos candidatos disputaram à presidência da França e o clima de suspense aumentou depois do atentado de quinta-feira na Champs-Élysées, em Paris. Ao todo, 45,6 milhões de eleitores estão habilitados a votar.
A segurança é outro ingrediente. Esta é a primeira eleição que acontece com o país em estado de emergência, decretado após os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis. O governo continua admitindo que a ameaça é elevada no país e as eleições seriam uma vitrine para os terroristas.
Aproximadamente, 50 mil integrantes da Polícia e da Gendarmaria e 7 mil militares vão reforçar a segurança durante as eleições nos mais de 66.500 colégios eleitorais abertos no país. O controle será maior na entrada dos pontos de votação. Neles, apenas quem for de fato eleitor do local poderá entrar.
Essa é uma eleição histórica e repleta de pontos de interrogação por conta da disparidade das ofertas eleitorais. Os franceses terão que escolher entre a totalmente contrária ao bloco Le Pen, o esquerdista Mélenchon, o morno Fillon e o entusiasta Macron; entre o protecionismo dos líderes ultradireitista e de esquerda, o rigor financeiro proposto pelo conservador e a liberalização econômica do ex-ministro de Economia.
São panoramas irreconciliáveis que marcarão o rumo que o país vai tomar nos próximos anos e, muito provavelmente, afetarão o futuro da União Europeia (UE). Se as eleições parecem ser imprevisíveis, inesperada também será a política que o futuro presidente vai aplicar. Todas as ofertas que estão sobre a mesa se definem como uma quebra em maior ou menor medida, o que evita ter pontos de referência no passado.
Macron aposta por acabar com os partidos e as práticas políticas tradicionais, Fillon com as políticas de aumento da dívida dos últimos anos, Le Pen com o sistema em geral e Mélenchon com a organização institucional que representa a 5ª República.
A primeira vítima pode ser o bipartidarismo que governou a França desde 1965 em uma constante alternância entre a esquerda moderada e a centro-direita. O afundamento que está sendo anunciado do Partido Socialista, cujo candidato Benoît Hamon pode ficar com menos de 10% dos votos, é a principal consequência dessa mudança. Fillon, que representa a outra ala do bipartidarismo, também não tem garantida sua presença no segundo turno, embora nas últimas semanas tenha recuperado parte do terreno perdido depois de ser acusado de mau uso dos recursos públicos por ter dado a sua esposa e seus filhos empregos fantasmas de assistentes parlamentares.
Frente ao desgaste dos partidos tradicionais, as eleições presidenciais apontam a necessidade urgente de novas caras. O ex-ministro da Economia Macron, conhecido pelo grande público há apenas dois anos, larga como favorito para conquistar o Palácio do Elísio em todas as pesquisas, após ter criado um movimento, En Marche, na contramão da prática política tradicional na França. Le Pen, que há anos está na periferia do sistema, surge mais forte do que nunca e as sondagens dão a ela recorde de votos, embora insuficientes para ganhar o segundo turno. A isso se soma o fenômeno do comunista Mélenchon, responsável por um "sprint" final na campanha à frente aos principais nomes da esquerda mais pura.
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