Sem medo do terrorismo, franceses votam em eleições "cruciais"
Luis Miguel Pascual.
Paris, 23 abr (EFE).- A ameaça terrorista não impediu os franceses de saírem para votar no primeiro turno das eleições presidenciais, marcadas não só pelas fortes medidas de segurança, mas também pelo interesse que despertou nos cidadãos, que consideram estas eleições como "cruciais".
Em frente à Câmara Municipal do 2º Distrito de Paris, onde funcionava um colégio eleitoral, Yanine, guarda municipal, revistava eleitores que compareciam ao local para votar.
"A diferença para os outros anos é que temos que usar colete à prova de balas", disse Yanina à Agência Efe.
A agente inspecionava as bolsas e mochilas de todos as pessoas que apareciam para votar e revistava quem estivesse usando casacos grandes.
"É a primeira vez que fazemos este tipo de controle, é por causa do estado de emergência", explicou a guarda municipal.
Tanto ela quanto seu parceiro estavam proibidos de entrar na sala onde funcionava a seção eleitoral, a menos que o presidente da mesma autorizasse.
Os agentes municipais, que na França não podem portar armas, estavam em alerta na porta da Câmara Municipal e se comunicavam por rádio com o responsável da mesa eleitoral.
"Caso haja um incidente, ele nos avisará", afirmou a agente. Cada presidente de mesa contava com uma ordem do Ministério do Interior que permitia a entrada das forças de segurança na sala em caso de necessidade.
A França montou um esquema excepcional de segurança para as eleições, as primeiras de sua história realizadas sob estado de emergência, decretado após os atentados de 13 de novembro de 2015.
A ameaça jihadista levou o governo a mobilizar 50 mil agentes e sete mil soldados para trabalhar no esquema de segurança.
O ataque da última quinta-feira na Champs-Élysées, no qual um policial morreu e outros dois ficaram feridos, e a detenção de duas pessoas em Marselha que planejavam um atentado voltaram a evidenciar que o país está na mira dos terroristas.
Apesar de grande, o esquema de segurança para o dia das eleições era insuficiente para designar uma viatura para cada um dos quase 67 mil colégios aos quais estavam convocados a votar quase 47 milhões de franceses.
Muitas cidades contrataram serviços particulares de segurança, e as viaturas policiais faziam rondas pelos diferentes colégios eleitorais.
"Não tenho medo, há mais mortos nas estradas do que pelo terrorismo", disse à Agência Efe Aurelien Veill, que foi votar junto com seu filho e sua esposa, Isabelle.
Ela, por sua vez, afirmou que as eleições francesas são "muito importantes" para evitar "o que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido", em referência à eleição de Donald Trump e ao "Brexit".
"O presidente que vamos escolher é importante para o curso de nossa história", alegou.
Quem também não teve medo de ir às urnas foi Thibaut de Premorand, que votou pela primeira vez, embora já tivesse idade para fazê-lo no pleito anterior, em 2012.
"Não me parecia importante votar, tinha que escolher entre duas opções que não gostava. Agora existe a possibilidade de acabar com este sistema no qual o presidente tem todo o poder", declarou o estudante, que não escondeu sua preferência pelo candidato de extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon, que promete acabar com o que batizou como "a monarquia republicana".
Anna N'Diaye, uma jovem ansiosa para pôr fim ao que chamou de "catastróficos" cinco anos de governo do socialista François Hollande, também votou pela primeira vez.
"As pessoas se sentem perplexas com a política, a abstenção sobe enquanto a desconfiança a respeito dos políticos aumenta. Portanto considero importante lembrar que sempre será melhor vir votar do que não fazê-lo", garantiu.
Paris, 23 abr (EFE).- A ameaça terrorista não impediu os franceses de saírem para votar no primeiro turno das eleições presidenciais, marcadas não só pelas fortes medidas de segurança, mas também pelo interesse que despertou nos cidadãos, que consideram estas eleições como "cruciais".
Em frente à Câmara Municipal do 2º Distrito de Paris, onde funcionava um colégio eleitoral, Yanine, guarda municipal, revistava eleitores que compareciam ao local para votar.
"A diferença para os outros anos é que temos que usar colete à prova de balas", disse Yanina à Agência Efe.
A agente inspecionava as bolsas e mochilas de todos as pessoas que apareciam para votar e revistava quem estivesse usando casacos grandes.
"É a primeira vez que fazemos este tipo de controle, é por causa do estado de emergência", explicou a guarda municipal.
Tanto ela quanto seu parceiro estavam proibidos de entrar na sala onde funcionava a seção eleitoral, a menos que o presidente da mesma autorizasse.
Os agentes municipais, que na França não podem portar armas, estavam em alerta na porta da Câmara Municipal e se comunicavam por rádio com o responsável da mesa eleitoral.
"Caso haja um incidente, ele nos avisará", afirmou a agente. Cada presidente de mesa contava com uma ordem do Ministério do Interior que permitia a entrada das forças de segurança na sala em caso de necessidade.
A França montou um esquema excepcional de segurança para as eleições, as primeiras de sua história realizadas sob estado de emergência, decretado após os atentados de 13 de novembro de 2015.
A ameaça jihadista levou o governo a mobilizar 50 mil agentes e sete mil soldados para trabalhar no esquema de segurança.
O ataque da última quinta-feira na Champs-Élysées, no qual um policial morreu e outros dois ficaram feridos, e a detenção de duas pessoas em Marselha que planejavam um atentado voltaram a evidenciar que o país está na mira dos terroristas.
Apesar de grande, o esquema de segurança para o dia das eleições era insuficiente para designar uma viatura para cada um dos quase 67 mil colégios aos quais estavam convocados a votar quase 47 milhões de franceses.
Muitas cidades contrataram serviços particulares de segurança, e as viaturas policiais faziam rondas pelos diferentes colégios eleitorais.
"Não tenho medo, há mais mortos nas estradas do que pelo terrorismo", disse à Agência Efe Aurelien Veill, que foi votar junto com seu filho e sua esposa, Isabelle.
Ela, por sua vez, afirmou que as eleições francesas são "muito importantes" para evitar "o que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido", em referência à eleição de Donald Trump e ao "Brexit".
"O presidente que vamos escolher é importante para o curso de nossa história", alegou.
Quem também não teve medo de ir às urnas foi Thibaut de Premorand, que votou pela primeira vez, embora já tivesse idade para fazê-lo no pleito anterior, em 2012.
"Não me parecia importante votar, tinha que escolher entre duas opções que não gostava. Agora existe a possibilidade de acabar com este sistema no qual o presidente tem todo o poder", declarou o estudante, que não escondeu sua preferência pelo candidato de extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon, que promete acabar com o que batizou como "a monarquia republicana".
Anna N'Diaye, uma jovem ansiosa para pôr fim ao que chamou de "catastróficos" cinco anos de governo do socialista François Hollande, também votou pela primeira vez.
"As pessoas se sentem perplexas com a política, a abstenção sobe enquanto a desconfiança a respeito dos políticos aumenta. Portanto considero importante lembrar que sempre será melhor vir votar do que não fazê-lo", garantiu.
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