União Europeia cerra fileiras em torno de Macron
Laura Pérez-Cejuela.
Bruxelas, 24 abr (EFE).- A União Europeia (UE) respira aliviada nesta segunda-feira após a vitória do social liberal Emmanuel Macron no primeiro turno das eleições presidenciais da França, e Bruxelas rompeu sua tradicional neutralidade para apoiar no segundo turno o candidato europeísta, contra a ultradireitista Marine Le Pen.
Macron - o mais pró-europeu dos 11 candidatos do primeiro turno, defensor incondicional de reativar o projeto europeu - enfrentará a líder do partido de extrema direita Frente Nacional, a paradoxalmente eurodeputada Marine Le Pen, que fez do abandono do euro sua bandeira e defendeu a realização de um referendo para a saída da França da UE.
Essa disputa, única não só pela ausência de partidos tradicionais, mas também pela ruptura ideológica que reflete, transformou o segundo turno das eleições presidenciais previsto para 7 de maio em uma espécie de "referendo sobre a Europa", nas palavras do comissário de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.
O socialista francês foi um dos primeiros a pedir votos para Macron, que compartilha sua ambição por um fortalecimento da zona do euro.
"Há um candidato que é o de todos os democratas e pró-europeus, que é Emmanuel Macron. Não deve faltar-lhe nenhum voto e terá o meu em 7 de maio", disse hoje Moscovici.
Com a Europa no centro da campanha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; a alta representante para Política Exterior da UE, Federica Mogherini; o chefe negociador para o "Brexit", Michel Barnier (conservador francês como François Fillon), e os principais grupos políticos da Eurocâmara, entre outros, não duvidaram em expressar seu apoio ao líder centrista.
Juncker, por exemplo, felicitou Macron "por seu resultado no primeiro turno e lhe desejou ânimo para o futuro", informou o porta-voz comunitário Margaritis Schinas no Twitter.
"Ontem só havia uma escolha, entre a defesa do que a Europa encarna e a opção que procura a destruição da Europa. Portanto, nosso presidente pensou que era útil ligar para o candidato que tinha defendido a opção a favor da Europa", explicou Schinas, quando perguntado pela incomum felicitação da Comissão, que tem por norma não pronunciar-se sobre processos eleitorais em curso.
"Ver as bandeiras da França e da UE comemorar o resultado de Macron é a esperança e futuro de nossa geração", afirmou Mogherini também pelo Twitter.
Por sua parte, Barnier declarou que, como "patriota e europeu", votará em Emmanuel Macron no dia 7 de maio.
Já o líder do Partido Popular Europeu na Eurocâmara, Manfred Weber, ressaltou que "todos os democratas devem estar unidos contra os radicais e populistas", enquanto a vice-presidente dos social-democratas europeus, a espanhola Elena Valenciano, destacou que Macron "é um sopro de ar europeísta, imprescindível para a França, a Espanha e a Europa".
A vitória parcial de Macron (23,8% dos votos) representa um balão de oxigênio para a UE, depois da ressaca pelo referendo sobre o "Brexit" (a saída do Reino Unido do bloco comunitário) há dez meses.
Se for confirmada a derrota de Marine Le Pen no segundo turno, Bruxelas salvaria uma terceira eleição comprometida após a derrota dos radicais na Áustria, na Holanda e, aparentemente, na França, à espera de saber o que acontece em setembro nas eleições alemãs.
Neste cenário, Bruxelas faz malabarismo para encontrar o difícil equilíbrio entre a manutenção de sua neutralidade e a necessidade de apoiar um candidato eurófilo, especialmente depois de ter sido muita criticada por não ter se posicionado com mais firmeza durante o referendo sobre o "Brexit".
O porta-voz da Comissão reforçou hoje que o Executivo comunitário "não fará campanha" em relação ao segundo turno das eleições na França, mas que estará preparado para fazer "uma defesa da verdade fática e objetiva" das políticas europeias e "dissipar as controvérsias".
Apesar do alívio generalizado pela vitória de Macron, sobre Bruxelas paira a inquietação pela força demonstrada por Marine Le Pen (21,4% e 7,65 milhões de votos) e pelas forças eurocéticas, em geral, como a do candidato da extrema esquerda Jean-Luc Melénchon (19,6% e 6,9 milhões de sufrágios).
"Mesmo quando temos boas razões para pensar que não chegará a catástrofe da eleição (de Le Pen), temos que continuar sendo combativos e atentos para fazer barreira à Frente Nacional. Não se pode cantar vitória", advertiu Moscovici, lembrando que em junho a França realizará eleições legislativas.
"Macron não poderá fazer tudo sozinho, (...) necessitará de uma Europa que avance rumo a mais democracia, proteção e que entenda a cólera dos perdedores da globalização", concluiu o comissário.
Bruxelas, 24 abr (EFE).- A União Europeia (UE) respira aliviada nesta segunda-feira após a vitória do social liberal Emmanuel Macron no primeiro turno das eleições presidenciais da França, e Bruxelas rompeu sua tradicional neutralidade para apoiar no segundo turno o candidato europeísta, contra a ultradireitista Marine Le Pen.
Macron - o mais pró-europeu dos 11 candidatos do primeiro turno, defensor incondicional de reativar o projeto europeu - enfrentará a líder do partido de extrema direita Frente Nacional, a paradoxalmente eurodeputada Marine Le Pen, que fez do abandono do euro sua bandeira e defendeu a realização de um referendo para a saída da França da UE.
Essa disputa, única não só pela ausência de partidos tradicionais, mas também pela ruptura ideológica que reflete, transformou o segundo turno das eleições presidenciais previsto para 7 de maio em uma espécie de "referendo sobre a Europa", nas palavras do comissário de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.
O socialista francês foi um dos primeiros a pedir votos para Macron, que compartilha sua ambição por um fortalecimento da zona do euro.
"Há um candidato que é o de todos os democratas e pró-europeus, que é Emmanuel Macron. Não deve faltar-lhe nenhum voto e terá o meu em 7 de maio", disse hoje Moscovici.
Com a Europa no centro da campanha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; a alta representante para Política Exterior da UE, Federica Mogherini; o chefe negociador para o "Brexit", Michel Barnier (conservador francês como François Fillon), e os principais grupos políticos da Eurocâmara, entre outros, não duvidaram em expressar seu apoio ao líder centrista.
Juncker, por exemplo, felicitou Macron "por seu resultado no primeiro turno e lhe desejou ânimo para o futuro", informou o porta-voz comunitário Margaritis Schinas no Twitter.
"Ontem só havia uma escolha, entre a defesa do que a Europa encarna e a opção que procura a destruição da Europa. Portanto, nosso presidente pensou que era útil ligar para o candidato que tinha defendido a opção a favor da Europa", explicou Schinas, quando perguntado pela incomum felicitação da Comissão, que tem por norma não pronunciar-se sobre processos eleitorais em curso.
"Ver as bandeiras da França e da UE comemorar o resultado de Macron é a esperança e futuro de nossa geração", afirmou Mogherini também pelo Twitter.
Por sua parte, Barnier declarou que, como "patriota e europeu", votará em Emmanuel Macron no dia 7 de maio.
Já o líder do Partido Popular Europeu na Eurocâmara, Manfred Weber, ressaltou que "todos os democratas devem estar unidos contra os radicais e populistas", enquanto a vice-presidente dos social-democratas europeus, a espanhola Elena Valenciano, destacou que Macron "é um sopro de ar europeísta, imprescindível para a França, a Espanha e a Europa".
A vitória parcial de Macron (23,8% dos votos) representa um balão de oxigênio para a UE, depois da ressaca pelo referendo sobre o "Brexit" (a saída do Reino Unido do bloco comunitário) há dez meses.
Se for confirmada a derrota de Marine Le Pen no segundo turno, Bruxelas salvaria uma terceira eleição comprometida após a derrota dos radicais na Áustria, na Holanda e, aparentemente, na França, à espera de saber o que acontece em setembro nas eleições alemãs.
Neste cenário, Bruxelas faz malabarismo para encontrar o difícil equilíbrio entre a manutenção de sua neutralidade e a necessidade de apoiar um candidato eurófilo, especialmente depois de ter sido muita criticada por não ter se posicionado com mais firmeza durante o referendo sobre o "Brexit".
O porta-voz da Comissão reforçou hoje que o Executivo comunitário "não fará campanha" em relação ao segundo turno das eleições na França, mas que estará preparado para fazer "uma defesa da verdade fática e objetiva" das políticas europeias e "dissipar as controvérsias".
Apesar do alívio generalizado pela vitória de Macron, sobre Bruxelas paira a inquietação pela força demonstrada por Marine Le Pen (21,4% e 7,65 milhões de votos) e pelas forças eurocéticas, em geral, como a do candidato da extrema esquerda Jean-Luc Melénchon (19,6% e 6,9 milhões de sufrágios).
"Mesmo quando temos boas razões para pensar que não chegará a catástrofe da eleição (de Le Pen), temos que continuar sendo combativos e atentos para fazer barreira à Frente Nacional. Não se pode cantar vitória", advertiu Moscovici, lembrando que em junho a França realizará eleições legislativas.
"Macron não poderá fazer tudo sozinho, (...) necessitará de uma Europa que avance rumo a mais democracia, proteção e que entenda a cólera dos perdedores da globalização", concluiu o comissário.
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