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EUA enviam submarino nuclear em plena tensão com Coreia do Norte

O submarino nuclear USS Michigan chega ao porto de Busan, na Coreia do Sul - Jo Jung-ho/Yonhap via AP
O submarino nuclear USS Michigan chega ao porto de Busan, na Coreia do Sul Imagem: Jo Jung-ho/Yonhap via AP

Em Seul

25/04/2017 07h35

Os EUA enviaram nesta terça-feira (25) o submarino nuclear à península da Coreia para que se some às próximas manobras com seu porta-aviões Carl Vinson, ação com a qual pretende ser uma amostra de força perante o desafio planejado por Pyongyang com seus contínuos testes de armas.

O submarino de propulsão nuclear USS Michigan chegou hoje ao porto de Busan, no sudeste da Coreia do Sul, segundo um porta-voz de Defesa de Seul.

"O submarino dedicará o dia a trabalhos de provisão e logística antes de se unir às manobras que o Carl Vinson que a marinha sul-coreana prevê realizar no final de semana no Mar do Leste (nome que se a dá na Coreia ao Mar de Japão)", segundo o porta-voz.

A chegada do USS Michigan coincide com a comemoração hoje do 85° aniversário do exército norte-coreano, efeméride que Pyongyang festejou com o que poderia ser seu maior exercício de artilharia até a data, desdobrando entre 300 e 400 peças perto de sua costa oriental.

A este panorama se soma a possibilidade de o regime de Kim Jong-un realizar seu sexto teste nuclear.

Fotografias tiradas recentemente por satélite mostram atividade no centro de testes atômicos de Punggye-ri, no nordeste do país asiático, que há dez dias exibiu em um grande desfile militar o que parecem ser novo mísseis balísticos intercontinentais.

E, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump - cuja administração insinuou a possibilidade de atacar de maneira preventiva a Coreia do Norte - endureceu as coisas desde sua chegada, Pyongyang não tem ficado atrás e ameaçou responder a qualquer ataque com seu arsenal atômico.

"Se os EUA e os belicistas realizarem um ataque preventivo imprudente, faremos o mais brutal dos castigos", clamou hoje mesmo um editorial do "Rodong Sinmun", principal jornal do regime.

O que se sabe sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

AFP

Coreia do Norte realiza teste de artilharia

Manobras militares com fogo real seriam as maiores já realizadas por Pyongyang e coincidem com a chegada de um submarino americano à costa da Coreia do Sul. EUA fazem ofensiva diplomática perante aliados asiáticos.

A Coreia do Norte iniciou um amplo exercício militar com fogo real nesta terça-feira (25), com pelo menos cinco manobras de grande escala. O ato, em celebração ao 85º aniversário da "fundação" de seu Exército, coincide com a chegada de um submarino americano à costa sul-coreana, em meio à crescente tensão na península.

Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o exercício militar foi conduzido próximo da cidade portuária de Wonsan. O ditador Kim Jong-un teria participado das manobras, nas quais foi testada artilharia de longo alcance.

Este seria o maior exercício de artilharia real já conduzido pela Coreia do Norte, de acordo com uma fonte citada pela agência. Ele ocorre em celebração à fundação, em 1932, da guerrilha antijaponesa criada por Kim Il-sung, avô do atual ditador.

Encontro trilateral em Tóquio

Também nesta terça-feira, diplomatas de Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos concordaram em coordenar estreitamente "todas as ações" contra a Coreia do Norte. Na reunião em Tóquio, o sul-coreano Kim Hong-kyun, o japonês Kenji Kanasugi e o americano Joseph Yun discutiram formas de lidar com o regime norte-coreano.

"Concordamos em coordenar todas as ações – diplomáticas, militares e econômicas – em relação à Coreia do Norte", disse Yun, representante especial dos EUA para a política da Coreia do Norte. Este encontro trilateral é o segundo desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 20 de janeiro.

"Nós advertiremos veemente a Coreia do Norte para que pare com as provocações estratégicas, mas tomaremos medidas punitivas fortes que o Norte não poderá suportar caso não cumpra", disse Hong-kyun. O representante sul-coreano se recusou a elaborar detalhes sobre quais seriam essas ações punitivas.

Os três representantes também concordaram em instar a China, principal benfeitor da Coreia do Norte, a exercer mais influência para travar os programas nucleares e de mísseis de Pyongyang. O ministro do Exterior do Japão, Fumio Kishida, comunicou que o representante especial da China para assuntos da península corenana, Wu Dawei, está programado para visitar o Japão ainda esta semana para conversas com autoridades japonesas.