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Chanceler venezuelana diz que Almagro iniciou "processo de destruição" da OEA

29/04/2017 18h43

Caracas, 29 abr (EFE).- A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse neste sábado que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, iniciou o "processo de destruição" do organismo continental, depois que pela primeira vez na história da organização um Estado-membro decidiu se retirar.

"Sabemos que Almagro iniciou um processo de destruição da OEA. Inclusive o que não conseguiram os expedientes de invasões, de apoio aos golpes de Estado, está conseguindo o secretário Luis Almagro, ao, pela primeira vez na história desta organização, desde 1948, um Estado-membro se retirar", disse Rodríguez aos jornalistas na sede da chancelaria venezuelana em Caracas.

A ministra de Relações Exteriores reiterou que a Venezuela não aceitará nenhum "processo de intervenção" contra seu país, e que cumprirá com os passos administrativos relativos à retirada da organização.

"Por exemplo, há missão da Venezuela em Washington, há missão da OEA na Venezuela, há um conjunto de tratados derivados da carta da Organização de Estados Americanos, e nós vamos resolver esse processo", declarou.

Rodríguez ressaltou ainda que a Venezuela fez "o impossível" para que a organização "respeitasse os princípios fundamentais que inspiraram sua criação, mas que desde seu nascimento empilhou um expediente de apoio a golpes de Estado".

A chanceler também insistiu que há um "mau uso dos fundos da organização" e indicou que Almagro, "em sua campanha de ódio, de agressão, de hostilidade e de assédio contra a Venezuela, malversou os fundos" do organismo.

Na sexta-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também acusou Almagro de ter malversado os fundos da organização, por meio de uma carta que lhe enviou, na qual lhe informou que iniciou os trâmites para retirar-se da OEA.

A retirada de Venezuela da OEA foi ordenada por Maduro, depois de que na quarta-feira foi aprovada no organismo a convocação de uma reunião de chanceleres para tratar a crise política do país sem seu aval.