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Possível saída dos EUA de Acordo de Paris é um "erro terrível", diz Sanders

31/05/2017 16h03

Berlim, 31 mai (EFE).- O senador democrata dos Estados Unidos Bernie Sanders considerou nesta quarta-feira que a eventual saída de seu país do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas seria um "erro terrível".

Na apresentação da edição alemã do seu livro "Our Revolution" ("Nossa Revolução", em tradução livre) na Universidade Livre de Berlim, o senador americano, rival de Hillary Clinton durante as prévias do Partido Democrata para as eleições presidenciais do ano passado, fez uma defesa apaixonada da cooperação entre EUA e Europa e mostrou sua "indignação" com relação à imagem e às medidas do governo de Donald Trump.

Diante de um público entregue e entre informações que sugerem que o Executivo de Trump prepara sua retirada do Acordo de Paris, Sanders advertiu sobre o "perigo" que isso representaria e quis deixar claro que esta não é a aposta da grande "maioria" dos americanos.

Para Sanders, ao contrário de Trump, os americanos não acreditam que a mudança climática seja uma farsa, mas uma realidade causada pela ação humana, disse Sanders.

"É uma crise de consequências extraordinárias, que exige uma estreita cooperação internacional", enfatizou o legislador, que assegurou que nos EUA há muita gente comprometida com o combate às mudanças climáticas, tomando medidas e investindo milhões na redução de emissões.

"À margem do que Trump diga e faça, vocês não devem pensar que o povo americano está virando as costas para esta crise", afirmou o senador.

Nessa mesma linha, Sanders quis deixar claro que a grande maioria do povo americano e do Congresso também acredita que a relação entre EUA e Europa é "essencial" para a prevenção de conflitos e para melhorar a vida de milhões de pessoas.

"É uma relação que deve continuar, não só pelos cidadãos americanos e da Europa, mas pela estabilidade do mundo", frisou Sanders.

Durante o discurso, o senador criticou com firmeza a "desastrosa proposta orçamentária" de Trump, que pode deixar 23 milhões de americanos sem plano de saúde, e sua "falta de respeito com a democracia, com a tolerância e com os valores tradicionais americanos", com ataques à liberdade de imprensa e à independência do Judiciário.

Sanders considerou "incompreensível" que o presidente americano "pareça se sentir mais confortável ao lado de autocratas do que de líderes de nações democráticas", em referência às relações com os governantes de Rússia, Filipinas e Arábia Saudita.

"O meu maior medo é que os Estados Unidos se transformem em uma oligarquia, na qual um pequeno grupo de milionários controlará nossa economia e a vida política", concluiu o político veterano.