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Al Sisi ratifica acordo e cede duas ilhas do mar Vermelho à Arábia Saudita

24/06/2017 14h21

Cairo, 24 jun (EFE).- O presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil al Sisi, ratificou neste sábado o polêmico acordo de cessão de duas ilhas no mar Vermelho à Arábia Saudita, depois que o parlamento a aprovou em 14 de junho, informou hoje o governo.

O Cairo sempre defendeu que as ilhas de Tiran e Sanafir pertenciam à Arábia Saudita, mas estavam sob tutela egípcia porque o fundador do reino, Abd al-Aziz Al Saud, pediu a este país para protegê-las, uma vez que carecia então de uma força naval.

Com base nisto, ambos países assinaram em abril de 2016 um acordo para a devolução desses dois territórios ao reino saudita.

No último dia 21 de junho, durante um discurso no iftar (refeição após o jejum diurno do Ramadã), Al Sisi deu por liquidada a polêmica ao dizer que "o assunto está encerrado" com a aprovação do pacto no parlamento.

O governante egípcio assegurou que "as pátrias não se vendem nem se compram" e indicou que "os países estão liderados pela lei e as realidades", em aparente resposta aos que lhe acusam de vender ou presentear território nacional à Arábia Saudita.

A aprovação no parlamento aconteceu após várias sentenças judiciais contrárias que frearam o acordo porque as consideravam que as ilhas de Tiran e Sanafir, situadas na entrada do golfo de Aqaba, eram egípcias.

No entanto, o Tribunal Constitucional decidiu suspender em 21 de junho de forma temporária a aplicação destas decisões porque algumas eram contraditórias, até que dite uma sentença sobre caso.

Os partidos políticos de oposição, movimentos de esquerda e ativistas egípcios rechaçaram a "venda" das ilhas e se mobilizaram, nos maiores protestos contra o governo de Al Sisi desde a sua chegada ao poder em 2013.

A Comissão Egípcia de Direitos e Liberdades informou que 146 pessoas foram detidas na semana passada após a convocação de protestos contra o pacto.

As duas pequenas ilhas se encontram em uma posição estratégica na entrada do golfo de Aqaba, desde onde se pode bloquear a passagem ao porto israelense de Eilat e ao jordaniano de Aqaba.