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Opositores venezuelanos começam bloqueio de 10h contra "ditadura"

10/07/2017 13h35

Caracas, 10 jul (EFE). - Os opositores venezuelanos atenderam à convocação feita para realizar um bloqueio das ruas em todo o país nesta segunda-feira contra a "ditadura" que deve durar dez horas, depois que a aliança antichavista tentou reduzir o protesto para duas horas.

Ainda que o convite para esta manifestação para protestar principalmente contra a Assembleia Nacional Constituinte promovida pelo governo de Nicolás Maduro para mudar a Carta Magna fosse para às 10h alguns cidadãos iniciaram o fechamento das ruas desde cedo.

Ontem, aconteceu uma divergência de opiniões sobre este protesto. A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) e o coordenador encarregado do partido Vontade Popular (VP) e primeiro vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, disseram que a manifestação seria de 12h às 14h. No entanto, surgiram críticas da mesma oposição, incluindo do líder opositor Henrique Capriles.

O deputado opositor Juan Pablo Guanipa disse, por sua vez, que em Zulia (oeste), estado que representa, o protesto aconteceria da forma como na primeira convocação, por dez horas.

O deputado Juan Andrés Mejia disse que o bloqueio devia ser feito com cartazes alusivos ao processo de consulta do dia 16, organizado pela MUD sem o apoio do Poder Eleitoral para que os venezuelanos digam se apoiam ou não à Assembleia Nacional Constituinte, que será eleita no próximo dia 30.

Neste plebiscito será perguntado também se deve ser exigido à Força Armada Nacional que defenda a Constituição vigente e respalde à Assembleia Nacional, atualmente controlada pela oposição. Uma terceira pergunta pede que as pessoas decidam se são contrárias ou favoráveis a renovação dos Poderes Públicos, a realização de eleições livres e a formação de um governo de união nacional.

Este processo foi classificado pelo chavismo como um processo ilegítimo e não vinculativo porque não está contemplado na Constituição vigente, enquanto uma onda de protestos se desenvolve no país. Até o momento, os conflitos deixaram 91 mortos e centenas de feridos e detidos.