Angola vota para encerrar 38 anos de governo de Dos Santos
Cándido Bessa
Luanda, 23 ago (EFE).- Angola pôe fim nesta quarta-feira a 38 anos de governo de José Eduardo dos Santos em eleições marcadas pela urgência de encontrar um novo líder em meio à grave crise econômica e social que atravessa uma das grandes potências petroleiras do mundo.
Mais de nove milhões de cidadãos foram convocados para uma histórica votação que deve marcar o início de uma nova etapa neste país que, embora seja o segundo maior produtor de petróleo da África, está entre os últimos colocados do Índice de Desenvolvimento Humano.
A votação começou pela manhã e sob o olhar de 1,2 mil observadores internacionais, encarregados de fiscalizar a transparência do processo.
O Movimento Popular para a Liberdade de Angola (MPLA), partido de Dos Santos e do favorito a sucedê-lo, o atual ministro de Justiça, João Lourenço, pediu patriotismo "antes e depois da votação" à população.
Essa foi a tônica de um dia que, segundo a Comissão Eleitoral, transcorreu com normalidade e sem incidentes significativos até o fechamento das urnas, às 18h (hora local; 14h em Brasília).
No entanto, segundo reconheceu a própria Comissão, houve muitas reclamações de cidadãos que foram orientados a votar em lugares distantes de casa, a centenas de quilômetros em alguns casos.
Em algumas regiões do país, como a província de Maje, esse obstáculo foi resolvido graças à iniciativa da associação regional de taxistas, que colocou cem veículos de 14 localidades à disposição dos eleitores para que chegassem aos centros de votação gratuitamente.
"Não há distâncias para o eleitor", assinalava o lema da campanha da associação de taxistas.
Um dos momentos mais esperados do dia aconteceu logo no início da manhã: a última votação de José Eduardo dos Santos como chefe de Estado. O voto do governante foi computado no centro de votação do distrito de Ingombota, em Luanda.
Acompanhado da esposa, o presidente, aos 74 anos, depositou o voto para contribuir com a eleição de um sucessor, deixando para trás quase quatro décadas de duro governo com uma guerra civil de 27 anos, entre 1975 e 2002.
José Eduardo dos Santos finaliza o mandato entre contínuos rumores sobre o seu estado de saúde, que aumentaram recentemente pela frequência de suas visitas à Espanha por motivos médicos.
O presidente que o substituirá terá de comandar um país afetado pelo conflito bélico (que deixou cerca de um milhão de mortos) e encalhado desde 2013 pela queda dos preços do petróleo, o principal motor da economia nacional.
Segundo antecipam as pesquisas, o novo governante será Lourenço, cuja maior promessa é diversificar a economia para reativá-la e cujo primeiro objetivo é mostrar que não é um fantoche de José Eduardo dos Santos.
A União Nacional para a Total Independência de Angola (UNITA) e seu líder, Isaias Samakuva, continuam sendo o principal adversário do regime atual, mas têm poucas chances. Enquanto isso, o presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, pediu aos candidatos que respeitem o resultado das eleições como vontade dos cidadãos.
Em previsão a possíveis recursos, Ferreira antecipou que o Tribunal conta com os meios necessários para responder "com velocidade" a qualquer reclamação.
Amanhã podem começar a sair os resultados provisórios, embora a Comissão Eleitoral tenha até o dia 6 de setembro como prazo para anunciar a apuração oficial definitiva.
Luanda, 23 ago (EFE).- Angola pôe fim nesta quarta-feira a 38 anos de governo de José Eduardo dos Santos em eleições marcadas pela urgência de encontrar um novo líder em meio à grave crise econômica e social que atravessa uma das grandes potências petroleiras do mundo.
Mais de nove milhões de cidadãos foram convocados para uma histórica votação que deve marcar o início de uma nova etapa neste país que, embora seja o segundo maior produtor de petróleo da África, está entre os últimos colocados do Índice de Desenvolvimento Humano.
A votação começou pela manhã e sob o olhar de 1,2 mil observadores internacionais, encarregados de fiscalizar a transparência do processo.
O Movimento Popular para a Liberdade de Angola (MPLA), partido de Dos Santos e do favorito a sucedê-lo, o atual ministro de Justiça, João Lourenço, pediu patriotismo "antes e depois da votação" à população.
Essa foi a tônica de um dia que, segundo a Comissão Eleitoral, transcorreu com normalidade e sem incidentes significativos até o fechamento das urnas, às 18h (hora local; 14h em Brasília).
No entanto, segundo reconheceu a própria Comissão, houve muitas reclamações de cidadãos que foram orientados a votar em lugares distantes de casa, a centenas de quilômetros em alguns casos.
Em algumas regiões do país, como a província de Maje, esse obstáculo foi resolvido graças à iniciativa da associação regional de taxistas, que colocou cem veículos de 14 localidades à disposição dos eleitores para que chegassem aos centros de votação gratuitamente.
"Não há distâncias para o eleitor", assinalava o lema da campanha da associação de taxistas.
Um dos momentos mais esperados do dia aconteceu logo no início da manhã: a última votação de José Eduardo dos Santos como chefe de Estado. O voto do governante foi computado no centro de votação do distrito de Ingombota, em Luanda.
Acompanhado da esposa, o presidente, aos 74 anos, depositou o voto para contribuir com a eleição de um sucessor, deixando para trás quase quatro décadas de duro governo com uma guerra civil de 27 anos, entre 1975 e 2002.
José Eduardo dos Santos finaliza o mandato entre contínuos rumores sobre o seu estado de saúde, que aumentaram recentemente pela frequência de suas visitas à Espanha por motivos médicos.
O presidente que o substituirá terá de comandar um país afetado pelo conflito bélico (que deixou cerca de um milhão de mortos) e encalhado desde 2013 pela queda dos preços do petróleo, o principal motor da economia nacional.
Segundo antecipam as pesquisas, o novo governante será Lourenço, cuja maior promessa é diversificar a economia para reativá-la e cujo primeiro objetivo é mostrar que não é um fantoche de José Eduardo dos Santos.
A União Nacional para a Total Independência de Angola (UNITA) e seu líder, Isaias Samakuva, continuam sendo o principal adversário do regime atual, mas têm poucas chances. Enquanto isso, o presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, pediu aos candidatos que respeitem o resultado das eleições como vontade dos cidadãos.
Em previsão a possíveis recursos, Ferreira antecipou que o Tribunal conta com os meios necessários para responder "com velocidade" a qualquer reclamação.
Amanhã podem começar a sair os resultados provisórios, embora a Comissão Eleitoral tenha até o dia 6 de setembro como prazo para anunciar a apuração oficial definitiva.
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