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Venezuela considera palavras de presidente francês uma "afronta" ao país

30/08/2017 14h20

Caracas, 30 ago (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela rejeitou nesta quarta-feira as declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o governo de Nicolás Maduro por considerá-las uma "clara interferência" em seus assuntos internos e assegurou que suas palavras constituem uma "afronta" para o povo venezuelano e seu "governo democraticamente eleito".

"O governo da República Bolivariana da Venezuela expressa sua firme rejeição às declarações lamentáveis do Presidente, Emmanuel Macron, emitidas durante uma reunião com Embaixadores na cidade de Paris, no dia 29 de agosto de 2017", diz um comunicado divulgado hoje pelo chanceler Jorge Arreaza no Twitter.

A nota afirma que as palavras de Macron "constituem uma afronta ao povo e ao governo democraticamente eleito da Venezuela, bem como às suas instituições", por isso, o Executivo venezuelano pede respeito à sua "democracia", que, segundo o chanceler, está "construída com base nos princípios republicanos universais e é sustentada pela soberania popular".

Para o governo venezuelano, as declarações do presidente francês "atentam contra a institucionalidade venezuelana e parecem influenciadas pela permanente obsessão imperial de atacar" seu povo.

Além disso, o comunicado afirma que as supostas "agressões" do presidente francês não contribuem para o bom estado das relações entre os dois países e, além disso, assinala que Macron desconhece a "realidade venezuelana", pois, depois da instalação da Assembleia Nacional Constituinte, o povo se encontra em "absoluta paz".

Na terça-feira, Macron classificou de "ditadura" o regime do presidente Nicolás Maduro.

"Nossos concidadãos não entendem como alguns têm sido tão complacentes com o regime que está sendo instaurado na Venezuela. Uma ditadura que tenta se manter de pé a um custo humanitário sem precedentes", denunciou Macron.

Nesse sentido, o Ministério de Exteriores da Venezuela pediu ao governo francês que retome "a posição sensata de apoiar o processo de diálogo nacional, sem se intrometer nos assuntos internos" do país.