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Comissão Eleitoral adia repetição de eleições do Quênia para 26 de outubro

21/09/2017 14h01

Nairóbi, 21 set (EFE).- A Comissão Eleitoral do Quênia informou nesta quinta-feira que a repetição das eleições presidenciais foi adiada para 26 de outubro, e não para o dia 17, como foi informado em um primeiro momento, devido à necessidade de tempo para estudar os requisitos que o Tribunal Supremo exige para a realização do pleito.

"Para garantir que a comissão esteja inteiramente preparada para realizar eleições que cumpram com os padrões expostos pelo Tribunal Supremo, gostaríamos de anunciar ao público e às partes interessadas que as novas eleições presidenciais serão no próximo dia 26 de outubro", anunciou a Comissão Eleitoral.

O presidente da Comissão, Wafula Chebukati, indicou em um comunicado que a mudança de data permitirá à entidade "entregar uma eleição que cumpra com as normas estabelecidas pelo Tribunal Supremo".

O anúncio ocorre um dia depois de o Tribunal Supremo do Quênia culpar a Comissão Eleitoral de ter dado a vitória ao atual presidente do país, Uhuru Kenyatta, sem fazer a recontagem de mais de 10 mil colégios eleitorais e acusar o órgão de ter violado a lei.

A resolução judicial que invalida as eleições realizadas no último dia 8 de agosto ressaltou que "os resultados não foram verificáveis e não podem passar no teste de autenticidade", devido a diversas irregularidades que "afetaram a integridade do processo eleitoral".

"O veredicto afeta indubitavelmente as operações eleitorais, especialmente a tecnologia que deve ser desdobrada", apontou nesta quinta-feira a Comissão Eleitoral.

Nos últimos dias já havia sido ventilada a possibilidade de atraso na realização das eleições devido à indisponibilidade dos sistemas eletrônicos de identificação e de transmissão de votos administrado pela empresa francesa OT-MORPHO, encarregada das últimas eleições.

Além disso, a Comissão Eleitoral ainda terá uma reunião com a coalizão opositora, NASA, e a do governo, Jubilee, a fim de discutir o processo das novas eleições e dar tempo às partes para que estudem a resolução judicial.

Por sua vez, Kenytta afirmou nesta quinta-feira que a anulação da sua reeleição por parte do Tribunal Supremo é um golpe aos ideais democráticos dos quenianos e "um golpe judicial".

"A Corte Suprema deve aos quenianos uma explicação de como se produziu essa monstruosa injustiça sem a devida apreciação das provas", manifestou.

O veredicto do Tribunal Supremo validou assim a denúncia da oposição, que impugnou os resultados, os quais qualificou de "fraude" desde o dia da votação, e se negou a reconhecer a reeleição do presidente.