"Peso-pesado" na Europa, Schulz encara missão impossível em casa
Noelia López.
Berlim, 22 set (EFE).- Candidato social-democrata nas eleições de domingo na Alemanha, Martin Schulz aterrissou no início do ano na política nacional após mais de duas décadas entre Bruxelas e Estrasburgo para iniciar uma quase impossível corrida contra o relógio pela chancelaria do país.
"Dizem que tenho o carisma de um revisor de ferrovia", brincava recentemente em um comício em Potsdam, no leste do país, com todas as pesquisas indicando sua derrota.
Em breve será comprovado o resultado do esforço deste prefeito e eurodeputado que em poucos meses percorreu de ponta a ponta um país que já conhecia, mas no qual para muitos de seus compatriotas até em janeiro deste ano não era mais que o alemão que tinha presidido o parlamento europeu.
Após quatro anos de grande coalizão com o bloco conservador de Angela Merkel, as últimas sondagens situam o Partido Social Democrata (SPD) com o pior resultado da sua história recente, muito longe das projeções de fevereiro e março, quando a inesperada escolha de Schulz como candidato parecia catapultar essa legenda política à vitória.
Os institutos de pesquisa seguem analisando aquele "efeito Schulz", que foi perdendo força semana a semana, enquanto o SPD apresentava seu programa e o candidato percorria as praças de povoados e cidades e os estúdios de televisão em uma competição com a mulher que liderou o país durante 12 anos.
Nesse caminho, não ocultou nenhum episódio da sua biografia, transformando seus pontos fracos em fortes.
Ele foi um estudante com baixas notas no ensino médio e o abandonou antes de concluí-lo, mas se formou em uma livraria e acabou montando a sua própria. Superou o alcoolismo que sofreu na juventude e sabe o que é chegar ao fundo do poço, mas também que toda pessoa pode se superar e ter sucesso.
Schulz nasceu em Würselen há 61 anos e lá continua morando, em uma cidade de 40 mil habitantes na esquina ocidental da Alemanha, perto de Bélgica e Holanda.
Filho de um policial simpatizante da social-democracia e de uma dona de casa militante democrata-cristã, aos 19 anos ele se filiou ao SPD. O sonho de ser jogador profissional de futebol foi interrompido por uma lesão no joelho e, após abandonar os estudos, começou uma formação profissional em uma livraria.
Em 1982, segundo ele mesmo narra na sua biografia oficial de campanha, um amigo herdou um imóvel e o ofereceu para que ele abrisse sua própria livraria. Dois anos depois, Schulz tornou-se vereador em Würselen.
Na mesma época ele conheceu sua mulher, Ingel, uma paisagista com quem tem dois filhos e que se mantém afastada das câmeras enquanto seu marido prossegue a carreira política.
Schulz foi eleito aos 31 anos prefeito de sua cidade, o mais jovem do "Land" da Renânia do Norte-Vestfália a chegar ao cargo, e se tornou europarlamentar aos 38. O político passou a uma funcionária o controle de sua livraria, que continua aberta, e se mudou para Estrasburgo, onde acabaria dirigindo o a bancada parlamentar social-democrata, até que em 2012 foi eleito presidente do Parlamento Europeu.
Em 2014, Schulz tornou-se o primeiro chefe da Eurocâmara a ser reeleito, uma conquista que, na realidade, foi o resultado da derrota nas eleições daquele ano para a Comissão Europeia.
Jean-Claude Juncker foi eleito presidente da Comissão, e Schulz, o perdedor da disputa, se manteve presidente do Parlamento graças ao pacto entre as duas principais forças políticas da câmara.
Foi entre Bruxelas e Estrasburgo que ele forjou sua figura política, com um discurso veemente e de firmes convicções, batendo de frente com as forças extremistas e eurofóbicas que aumentam sua presença no plenário.
Há uma semana o eurodeputado Nigel Farage, ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), participou em Berlim de um ato do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) e atacou Schulz chamando-o de "fanático europeísta", algo que, sem dúvida, o candidato social-democrata assume com gosto.
Com uma firme defesa de justiça social que acredita que está se perdendo na rica Alemanha, Schulz fez sua campanha eleitoral exibindo um otimismo à prova de pesquisas, confiando que os indecisos possam lhe dar a vitória no domingo.
Berlim, 22 set (EFE).- Candidato social-democrata nas eleições de domingo na Alemanha, Martin Schulz aterrissou no início do ano na política nacional após mais de duas décadas entre Bruxelas e Estrasburgo para iniciar uma quase impossível corrida contra o relógio pela chancelaria do país.
"Dizem que tenho o carisma de um revisor de ferrovia", brincava recentemente em um comício em Potsdam, no leste do país, com todas as pesquisas indicando sua derrota.
Em breve será comprovado o resultado do esforço deste prefeito e eurodeputado que em poucos meses percorreu de ponta a ponta um país que já conhecia, mas no qual para muitos de seus compatriotas até em janeiro deste ano não era mais que o alemão que tinha presidido o parlamento europeu.
Após quatro anos de grande coalizão com o bloco conservador de Angela Merkel, as últimas sondagens situam o Partido Social Democrata (SPD) com o pior resultado da sua história recente, muito longe das projeções de fevereiro e março, quando a inesperada escolha de Schulz como candidato parecia catapultar essa legenda política à vitória.
Os institutos de pesquisa seguem analisando aquele "efeito Schulz", que foi perdendo força semana a semana, enquanto o SPD apresentava seu programa e o candidato percorria as praças de povoados e cidades e os estúdios de televisão em uma competição com a mulher que liderou o país durante 12 anos.
Nesse caminho, não ocultou nenhum episódio da sua biografia, transformando seus pontos fracos em fortes.
Ele foi um estudante com baixas notas no ensino médio e o abandonou antes de concluí-lo, mas se formou em uma livraria e acabou montando a sua própria. Superou o alcoolismo que sofreu na juventude e sabe o que é chegar ao fundo do poço, mas também que toda pessoa pode se superar e ter sucesso.
Schulz nasceu em Würselen há 61 anos e lá continua morando, em uma cidade de 40 mil habitantes na esquina ocidental da Alemanha, perto de Bélgica e Holanda.
Filho de um policial simpatizante da social-democracia e de uma dona de casa militante democrata-cristã, aos 19 anos ele se filiou ao SPD. O sonho de ser jogador profissional de futebol foi interrompido por uma lesão no joelho e, após abandonar os estudos, começou uma formação profissional em uma livraria.
Em 1982, segundo ele mesmo narra na sua biografia oficial de campanha, um amigo herdou um imóvel e o ofereceu para que ele abrisse sua própria livraria. Dois anos depois, Schulz tornou-se vereador em Würselen.
Na mesma época ele conheceu sua mulher, Ingel, uma paisagista com quem tem dois filhos e que se mantém afastada das câmeras enquanto seu marido prossegue a carreira política.
Schulz foi eleito aos 31 anos prefeito de sua cidade, o mais jovem do "Land" da Renânia do Norte-Vestfália a chegar ao cargo, e se tornou europarlamentar aos 38. O político passou a uma funcionária o controle de sua livraria, que continua aberta, e se mudou para Estrasburgo, onde acabaria dirigindo o a bancada parlamentar social-democrata, até que em 2012 foi eleito presidente do Parlamento Europeu.
Em 2014, Schulz tornou-se o primeiro chefe da Eurocâmara a ser reeleito, uma conquista que, na realidade, foi o resultado da derrota nas eleições daquele ano para a Comissão Europeia.
Jean-Claude Juncker foi eleito presidente da Comissão, e Schulz, o perdedor da disputa, se manteve presidente do Parlamento graças ao pacto entre as duas principais forças políticas da câmara.
Foi entre Bruxelas e Estrasburgo que ele forjou sua figura política, com um discurso veemente e de firmes convicções, batendo de frente com as forças extremistas e eurofóbicas que aumentam sua presença no plenário.
Há uma semana o eurodeputado Nigel Farage, ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), participou em Berlim de um ato do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) e atacou Schulz chamando-o de "fanático europeísta", algo que, sem dúvida, o candidato social-democrata assume com gosto.
Com uma firme defesa de justiça social que acredita que está se perdendo na rica Alemanha, Schulz fez sua campanha eleitoral exibindo um otimismo à prova de pesquisas, confiando que os indecisos possam lhe dar a vitória no domingo.
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