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Rabino marroquino proíbe mulher de tirar selfies sem marido ou filhos

26/09/2017 08h24

Rabat, 26 set (EFE).- Um tribunal rabínico marroquino proibiu uma mulher de tirar selfies desacompanhada do marido ou filhos e postar em qualquer rede social em um julgamento inédito, segundo publicou nesta terça-feira o site "alyaoum24.com".

A decisão foi pronunciada pelo Tribunal Rabínico de Primeira Instância de Casablanca (que trata de assuntos civis da comunidade judaica marroquina) em dezembro deste ano, que tratou sobre um caso de reconciliação de um casal judeu marroquino, mas só foi revelado nestes dias.

Segundo o juiz do tribunal rabínico, a esposa não só deve parar de fazer selfies "individuais, senão está obrigada também a não frequentar clubes de esporte misto, não ter relações de amizade com "pessoas alheias (à família) e nem mulheres divorciadas".

"Os dois se comprometem a deixar os seus celulares e suas contas do Facebook abertas e cada um deles tem o direito de consultá-los", diz o texto do veredicto publicado pelo site marroquino.

Os tribunais rabínicos são instâncias judiciais marroquinas que existem desde o Protetorado Francês (1912-1956) reservadas aos marroquinos de confissão judaica para tratar questões de família (casamento, divórcio, sucessão e testamentos).

À frente deles está um rabino que resolve os casos conforme os dispositivos do Talmud (obra principal do judaísmo), mas os mesmos dependem do Ministério de Justiça marroquino, seus juízes têm o mesmo status que seus colegas muçulmanos e pronunciam suas decisões em nome do rei Mohamed VI.

Atualmente restam em todo Marrocos menos de 3 mil judeus, quase todos concentrados na cidade de Casablanca, após ter formado uma das maiores comunidades do mundo árabe, com centenas de milhares de pessoas, nas décadas de 30 e 40.