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Tillerson recebe chanceler cubano em meio a tensões bilaterais

26/09/2017 13h42

Washington, 26 set (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, recebe nesta terça-feira em Washington o ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, em meio às tensões bilaterais pelo suposto "ataque acústico" que sofreram há meses diplomatas americanos em Cuba.

O Departamento de Estado americano atualizou sua agenda para informar sobre uma reunião entre Tillerson e Rodríguez às 17h local (18h, em Brasília), sem que estejam previstas declarações à imprensa dos titulares de Relações Exteriores.

A reunião supõe o contato oficial de maior nível entre os Governos dos Estados Unidos e Cuba desde a chegada ao poder do presidente americano, Donald Trump, em janeiro, confirmou à Agência Efe uma fonte do Departamento de Estado.

Ainda que o Departamento de Estado não tenha dado detalhes sobre o conteúdo da reunião, é mais que provável que os diplomatas conversem sobre os incidentes que, segundo Washington, afetaram pelo menos 21 americanos que estavam destinados em Havana.

Segundo a imprensa local, que cita relatórios médicos dos afetados, alguns destes sofreram lesões cerebrais traumáticas leves e perda de audição por causa dos incidentes.

O Departamento de Estado não chegou a confirmar que tenha ocorrido ataques acústicos e se limitou a indicar que se trata de "incidentes de saúde", sublinhando que ainda não tem "respostas definitivas sobre a fonte ou causa" dos mesmos.

Não obstante, Tillerson deixou clara sua frustração pelo fato, e em 17 de setembro assegurou em uma entrevista que seu país estudava fechar sua embaixada em Havana como resposta a esse suposto "ataque acústico".

O chanceler cubano sublinhou na sexta-feira, durante seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU, que até o momento não existe "evidência alguma" que confirme as denúncias sobre um suposto "ataque acústico".

"Cuba jamais perpetrou e nem perpetrará ações dessa natureza", afirmou Rodríguez nesse discurso.

O ministro lembrou que o Governo cubano está investigando os fatos.

As tensões se emolduram em um período de esfriamento das relações bilaterais por causa da nova política marcada por Trump, que impôs certas restrições à abertura para a ilha, respaldou o embargo e se negou a negociar com o Governo cubano a não ser que veja avanços democráticos em Cuba.

Na semana passada, durante um encontro em Washington da Comissão Bilateral desenhada para avançar na normalização das relações, os EUA falou do tema dos supostos "ataques acústicos" aos seus funcionários, e Cuba defendeu que "cumpre rigorosamente as suas obrigações" de proteção dos diplomatas.