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Trump afirma que acusações contra ex-chefe de campanha são de "anos atrás"

30/10/2017 13h51

Washington, 30 out (EFE).- O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que as acusações apresentadas por "conspiração contra os Estados Unidos", entre outras, contra seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, se referem a "anos atrás", e negou novamente que haja "alguma conspiração" com a Rússia.

"Perdão, mas isto foi anos atrás, antes que Paul Manafort fosse parte da campanha de Trump", escreveu o presidente em sua conta no Twitter, ao reagir ao indiciamento de seu ex-chefe de campanha e seu ex-sócio, Rick Gates.

Ambos enfrentam a acusação de "conspiração contra os Estados Unidos", além de outras como lavagem de dinheiro e declarações falsas, como parte da investigação da suposta ingerência russa nas eleições de 2016, segundo o documento de acusação que foi entregue hoje ao FBI (polícia federal americana).

Nesse documento de 31 páginas não há nenhuma menção à campanha de Trump nem a uma suposta "conspiração" entre o equipe do presidente e a Rússia.

As declarações de Trump no Twitter foram até agora a única reação oficial da Casa Branca às acusações apresentadas dentro da investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre a suposta ingerência russa nas eleições do ano passado nos EUA, e os possíveis contatos entre Moscou e a equipe do magnata.

As 12 acusações contra Manafort e Gates foram aprovadas por um grande júri federal na sexta-feira passada.

O antigo chefe de campanha de Trump estava há muito tempo na mira das autoridades e no último mês de julho o FBI efetuou uma batida em sua casa.

Antes de dirigir a campanha eleitoral de Trump durante alguns meses, Manafort trabalhou para um multimilionário a fim de beneficiar ao governo do presidente russo, Vladimir Putin, e também fez negócios irregulares com rebeldes pró-Rússia na Ucrânia, segundo os investigadores.

Durante todo o final de semana, Trump voltou a tachar no Twitter de "caça às bruxas" a investigação de Mueller sobre seus supostos laços com a Rússia e pediu que se "faça algo" contra as irregularidades que, segundo ele, foram cometidas por sua rival democrata nas eleições de 2016, Hillary Clinton.

Em seus tweets de hoje, Trump insistiu em perguntar "por que" não são Hillary e os democratas o "centro" das investigações.

Na semana passada foi revelado que o Partido Democrata e a campanha de Hillary financiaram no ano passado uma investigação privada para encontrar informação que relacionasse Trump com a Rússia, o que resultou em um dossiê cheio de sórdidos detalhes não corroborados sobre o agora presidente.