Monte das Oliveiras, testemunha e parte da História de Jerusalém
María Sevillano.
Jerusalém, 3 nov (EFE). - Cenário dos passos de Jesus, campo de batalha durante as guerras árabe-israelenses e cemitério preferido dos judeus, o Har Hazeitim (em hebraico), Jabal al-Zaytun (em árabe) ou Monte das Oliveiras (em português), é testemunha e parte da História da Cidade Santa de Jerusalém.
Batizado com nome das árvores que um dia cobriram toda a região, mas que hoje não representam mais um que um manto ralo, é um lugar familiar inclusive para quem nunca o visitou e uma vez que se conhece é impossível esquecer. O lugar oferece as melhores vistas da Cidade Velha amuralhada. Uma visão coroada ao sul pela impressionante imagem da Esplanada das Mesquitas - Monte do Templo para os judeus e Nobre Santuário para o Islã -, pela tranquilidade do Deserto da Judeia ao norte, e pela ligação do bairro palestino de At-tur, de maioria muçulmana.
"A história deste lugar é mais do que conhecida", afirma o guia israelense Yefi em frente a uma incrível vista panorâmica da cidadela e do Vale do Cédron que a precede, cuja história recente a situa geopoliticamente na parte leste de Jerusalém, primeiro sob o controle jordaniano, após o domínio britânico, em 1917, e depois sob ocupação israelense a partir da Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Pela encosta se estende o cemitério judaico mais importante da cidade, que abriga 150 mil túmulos feitos nos últimos três mil anos. Alguns estão danificados pela erosão natural, outros foram afetados pela história, e alguns são mais recentes porque, apesar de ser um local muito concorrido, ainda é possível encontrar terreno livre onde judeus de todo o mundo consideram um privilégio ser sepultado.
"Conta a velha tradição judia que quando o Messias chegar, é aqui onde vai acontecer a ressurreição. Certamente, todo mundo quer ser o primeiro!", brinca Yefi, perante os túmulos, se referindo ao escrito no Livro de Zacarias 14:4.
"Aqui embaixo existe uma área verde. É o Jardim do Getsêmani, onde Jesus pregou aos discípulos e foi detido", prossegue o guia a um casal estrangeiro.
Nesta área arborizada, a Bíblia localiza alguns dos lugares onde Jesus dividiu suas doutrinas, se escondeu da perseguição das autoridades e buscou abrigo nos últimos momentos antes de ser preso, suando sangue e se debatendo entre o medo e o dever, como requeria seu pai. "Seja feita a tua vontade e não a minha".
"O Monte das Oliveiras é muito importante para os cristãos de diferentes linhas. Temos um legado espiritual em todos os lugares que lembram a presença do Salvador e de Maria", dia à Agência Efe o frei mexicano Eduardo Sánchez, que trabalha na Basílica da Agonia - também conhecida como de Getsêmani ou Igreja de Todas as Nações -, erguida na rocha que aguentou o sofrimento de Jesus.
Todos os anos, milhares de peregrinos lembram, no Domingo de Ramos, como Jesus desceu o Monte em cima de um burrinho saindo da Aldeia de Betfagé para ser recebido em Jerusalém como rei. Alguns preferem ir à Capela da Ascensão, no topo da colina, onde a tradição diz que Jesus subiu aos céus 40 dias depois de ressuscitar.
A Igreja do Pai Nosso, onde a oração foi ensinada, a Igreja Dominus Flevit e o túmulo de Maria são alguns dos lugares bíblicos que se concentram neste acidente topográfico.
"Os lugares santos do Monte das Oliveiras são testemunhas do que aconteceu. Esses lugares falam. São pedras com memória", resume Sánchez sobre esta emblemática colina, incluída na história da cidade e do mundo.
Jerusalém, 3 nov (EFE). - Cenário dos passos de Jesus, campo de batalha durante as guerras árabe-israelenses e cemitério preferido dos judeus, o Har Hazeitim (em hebraico), Jabal al-Zaytun (em árabe) ou Monte das Oliveiras (em português), é testemunha e parte da História da Cidade Santa de Jerusalém.
Batizado com nome das árvores que um dia cobriram toda a região, mas que hoje não representam mais um que um manto ralo, é um lugar familiar inclusive para quem nunca o visitou e uma vez que se conhece é impossível esquecer. O lugar oferece as melhores vistas da Cidade Velha amuralhada. Uma visão coroada ao sul pela impressionante imagem da Esplanada das Mesquitas - Monte do Templo para os judeus e Nobre Santuário para o Islã -, pela tranquilidade do Deserto da Judeia ao norte, e pela ligação do bairro palestino de At-tur, de maioria muçulmana.
"A história deste lugar é mais do que conhecida", afirma o guia israelense Yefi em frente a uma incrível vista panorâmica da cidadela e do Vale do Cédron que a precede, cuja história recente a situa geopoliticamente na parte leste de Jerusalém, primeiro sob o controle jordaniano, após o domínio britânico, em 1917, e depois sob ocupação israelense a partir da Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Pela encosta se estende o cemitério judaico mais importante da cidade, que abriga 150 mil túmulos feitos nos últimos três mil anos. Alguns estão danificados pela erosão natural, outros foram afetados pela história, e alguns são mais recentes porque, apesar de ser um local muito concorrido, ainda é possível encontrar terreno livre onde judeus de todo o mundo consideram um privilégio ser sepultado.
"Conta a velha tradição judia que quando o Messias chegar, é aqui onde vai acontecer a ressurreição. Certamente, todo mundo quer ser o primeiro!", brinca Yefi, perante os túmulos, se referindo ao escrito no Livro de Zacarias 14:4.
"Aqui embaixo existe uma área verde. É o Jardim do Getsêmani, onde Jesus pregou aos discípulos e foi detido", prossegue o guia a um casal estrangeiro.
Nesta área arborizada, a Bíblia localiza alguns dos lugares onde Jesus dividiu suas doutrinas, se escondeu da perseguição das autoridades e buscou abrigo nos últimos momentos antes de ser preso, suando sangue e se debatendo entre o medo e o dever, como requeria seu pai. "Seja feita a tua vontade e não a minha".
"O Monte das Oliveiras é muito importante para os cristãos de diferentes linhas. Temos um legado espiritual em todos os lugares que lembram a presença do Salvador e de Maria", dia à Agência Efe o frei mexicano Eduardo Sánchez, que trabalha na Basílica da Agonia - também conhecida como de Getsêmani ou Igreja de Todas as Nações -, erguida na rocha que aguentou o sofrimento de Jesus.
Todos os anos, milhares de peregrinos lembram, no Domingo de Ramos, como Jesus desceu o Monte em cima de um burrinho saindo da Aldeia de Betfagé para ser recebido em Jerusalém como rei. Alguns preferem ir à Capela da Ascensão, no topo da colina, onde a tradição diz que Jesus subiu aos céus 40 dias depois de ressuscitar.
A Igreja do Pai Nosso, onde a oração foi ensinada, a Igreja Dominus Flevit e o túmulo de Maria são alguns dos lugares bíblicos que se concentram neste acidente topográfico.
"Os lugares santos do Monte das Oliveiras são testemunhas do que aconteceu. Esses lugares falam. São pedras com memória", resume Sánchez sobre esta emblemática colina, incluída na história da cidade e do mundo.
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