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Estátua de escrava sexual faz Osaka romper laços com São Francisco

24/11/2017 09h53

Tóquio, 24 nov (EFE).- A cidade japonesa de Osaka decidiu acabar com os laços que tinha com a cidade americana de São Francisco depois o prefeito dela aceitou a doação de uma estátua dedicada às escravas sexuais que o Exército Imperial recrutou durante a Segunda Guerra Mundial.

O prefeito de Osaka, Hirofumi Yoshimura, anunciou a medida nesta sexta-feira e alegou que a confiança mútua "foi completamente destruída", depois que o prefeito de São Francisco, Edwin Lee, apoiou oficialmente na quarta-feira a instalação da escultura, que ele tachou de "lamentável", segundo o jornal "Asahi". A prefeitura planeja enviar uma notificação formal a São Francisco em dezembro, após explicar a decisão aos membros do governo municipal e ter uma reunião com os principais funcionários da cidade.

Colocada em setembro deste ano Parque Saint Mary, no bairro de Chinatown, a peça representa uma mulher coreana, uma chinesa e uma filipina em pé e com as mãos amarradas, e lembra as jovens recrutadas pelo Exército japonês para prestar serviços sexuais aos soldados. Cerca de 200 mil, principalmente coreanas e chinesas, foram convocadas a partir dos anos 30, mas principalmente na fase final da Segunda Guerra (que terminou em 1945), com o título de "mulheres de conforto", um episódio que ainda hoje gera muitas tensões.

Em janeiro, o embaixador japonês na Coreia do Sul, Yasumasa Nagamine, voltou temporariamente ao seu país em protesto pela colocação de uma estátua em homenagem às escravas sexuais em frente ao prédio oficial na cidade sul-coreana de Busan. Durante anos, o Japão negou o sistema de escravidão sexual militar, até que em 1993 foram divulgadas provas claras e um pedido de desculpas foi feito, embora ainda existem movimentos que questionem o ocorrido.