Conquista precoce do poder por Macron revoluciona cenário político na França
Luis Miguel Pascual.
Paris, 22 dez (EFE).- O social-liberal Emmanuel Macron conquistou o poder na França aos 39 anos, tornando-se o presidente mais jovem da história do país, com uma aposta renovadora que revolucionou o cenário político francês e europeu.
Sua vitória arrasadora nas eleições presidenciais de maio enfrentando a candidata ultradireitista Marine Le Pen conteve o avanço populista em uma das potências do velho continente e acabou com a supremacia dos partidos tradicionais franceses.
Macron triunfou com um partido criado menos de um ano antes das eleições, com propostas inovadoras, um programa de inspiração liberal, mas com matizes sociais e que acabou por romper com a dialética que durante décadas a esquerda e a direita tinham enfrentado.
Além disso, assumiu um projeto decididamente europeu que, nos seus primeiros meses no Eliseu, completou com uma linha meio ambiental que reforçou sua popularidade dentro e fora do seu país.
Quando Macron abandonou a pasta de Economia do Governo do socialista François Hollande em agosto de 2016, após dois anos no cargo, poucos pensavam que o seu desafio o conduziria à Presidência.
Jovem, de tendência liberal, ex-banqueiro de negócios, Macron considerava que a maquinaria do Estado freava as reformas necessárias para dinamizar o país.
Com essa aposta lançou um movimento político, "Em Marcha!", que obrigou os partidos tradicionais a extremar suas ofertas eleitorais, em ambos casos surgidos de eleições primárias.
A direita, que se mostrava muito feliz após o impopular balanço de Hollande, optou pelo mais conservador de seus candidatos, François Fillon, enquanto os socialistas apostaram pelo mais esquerdista, Benoît Hamon.
Macron, cujo programa bebia das fontes de um e de outro, acabou por desfocar seus projetos, o conservador empurrado a competir com a ultradireita, o socialista a rivalizar com o neocomunista Jean-Luc Mélenchon.
No lado a lado contra Le Pen no segundo turno, o social-liberal apareceu como um candidato sólido, apoiado em uma proposta audaz.
O seu programa de liberalização econômica ficou em segundo plano frente às suas propostas europeístas e modernizadoras que convenceram dois terços dos franceses.
Instalado no poder, Macron fez todo o possível para não cair na laxismo que reprovou seu antecessor e multiplicou as iniciativas políticas.
Em seguida lançou a reforma do mercado laboral por decreto, tal e como tinha prometido em campanha, reduziu impostos às grandes fortunas e às empresas e reformou a educação, sem dar tempo à oposição de responder à bateria de medidas e nem aos sindicatos a organizar uma resposta nas ruas.
Nomeou um primeiro-ministro, Edouard Philippe, surgido das fileiras da direita e um Governo composto por neófitos de política e elementos de todos os partidos tradicionais, boquiabertos frente a esse movimento.
A sua popularidade diminuiu no verão e alcançou mínimos históricos, mas apoiado em uma comunicação muito controlada, Macron foi se reerguendo até o ponto de acabar o ano em uma posição confortável, próxima à que o levou ao Eliseu.
A isso contribuiu o bom rumo da economia francesa e o fato de o país não ter sofrido nenhum grande atentado terrorista, após a onda que martirizou o país entre 2015 e 2016.
Macron soube se apoiar na política internacional para devolver aos seus cidadãos "o orgulho do país", afirma um especialista em comunicação citada pela "Libération".
Uma estratégia que o valeu também formar uma imagem de grande impulsor da construção europeia e de referência frente aos impulsos unilaterais do presidente americano, Donald Trump.
Este último, inclusive, enfrentou de forma aberta em diversos assuntos internacionais, como o acordo nuclear com o Irã e a decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Mas, sobretudo, após a decisão de Trump de abandonar o acordo climático de Paris de 2015, que permitiu a Macron se apresentar como o grande defensor da luta contra a mudança climática no mundo e apoiar sua imagem de falcão neoliberal.
Paris, 22 dez (EFE).- O social-liberal Emmanuel Macron conquistou o poder na França aos 39 anos, tornando-se o presidente mais jovem da história do país, com uma aposta renovadora que revolucionou o cenário político francês e europeu.
Sua vitória arrasadora nas eleições presidenciais de maio enfrentando a candidata ultradireitista Marine Le Pen conteve o avanço populista em uma das potências do velho continente e acabou com a supremacia dos partidos tradicionais franceses.
Macron triunfou com um partido criado menos de um ano antes das eleições, com propostas inovadoras, um programa de inspiração liberal, mas com matizes sociais e que acabou por romper com a dialética que durante décadas a esquerda e a direita tinham enfrentado.
Além disso, assumiu um projeto decididamente europeu que, nos seus primeiros meses no Eliseu, completou com uma linha meio ambiental que reforçou sua popularidade dentro e fora do seu país.
Quando Macron abandonou a pasta de Economia do Governo do socialista François Hollande em agosto de 2016, após dois anos no cargo, poucos pensavam que o seu desafio o conduziria à Presidência.
Jovem, de tendência liberal, ex-banqueiro de negócios, Macron considerava que a maquinaria do Estado freava as reformas necessárias para dinamizar o país.
Com essa aposta lançou um movimento político, "Em Marcha!", que obrigou os partidos tradicionais a extremar suas ofertas eleitorais, em ambos casos surgidos de eleições primárias.
A direita, que se mostrava muito feliz após o impopular balanço de Hollande, optou pelo mais conservador de seus candidatos, François Fillon, enquanto os socialistas apostaram pelo mais esquerdista, Benoît Hamon.
Macron, cujo programa bebia das fontes de um e de outro, acabou por desfocar seus projetos, o conservador empurrado a competir com a ultradireita, o socialista a rivalizar com o neocomunista Jean-Luc Mélenchon.
No lado a lado contra Le Pen no segundo turno, o social-liberal apareceu como um candidato sólido, apoiado em uma proposta audaz.
O seu programa de liberalização econômica ficou em segundo plano frente às suas propostas europeístas e modernizadoras que convenceram dois terços dos franceses.
Instalado no poder, Macron fez todo o possível para não cair na laxismo que reprovou seu antecessor e multiplicou as iniciativas políticas.
Em seguida lançou a reforma do mercado laboral por decreto, tal e como tinha prometido em campanha, reduziu impostos às grandes fortunas e às empresas e reformou a educação, sem dar tempo à oposição de responder à bateria de medidas e nem aos sindicatos a organizar uma resposta nas ruas.
Nomeou um primeiro-ministro, Edouard Philippe, surgido das fileiras da direita e um Governo composto por neófitos de política e elementos de todos os partidos tradicionais, boquiabertos frente a esse movimento.
A sua popularidade diminuiu no verão e alcançou mínimos históricos, mas apoiado em uma comunicação muito controlada, Macron foi se reerguendo até o ponto de acabar o ano em uma posição confortável, próxima à que o levou ao Eliseu.
A isso contribuiu o bom rumo da economia francesa e o fato de o país não ter sofrido nenhum grande atentado terrorista, após a onda que martirizou o país entre 2015 e 2016.
Macron soube se apoiar na política internacional para devolver aos seus cidadãos "o orgulho do país", afirma um especialista em comunicação citada pela "Libération".
Uma estratégia que o valeu também formar uma imagem de grande impulsor da construção europeia e de referência frente aos impulsos unilaterais do presidente americano, Donald Trump.
Este último, inclusive, enfrentou de forma aberta em diversos assuntos internacionais, como o acordo nuclear com o Irã e a decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Mas, sobretudo, após a decisão de Trump de abandonar o acordo climático de Paris de 2015, que permitiu a Macron se apresentar como o grande defensor da luta contra a mudança climática no mundo e apoiar sua imagem de falcão neoliberal.
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