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Partidos independentistas discordam sobre candidato a presidente catalão

24/12/2017 12h02

Madri, 24 dez (EFE).- Os dois principais partidos independentistas catalães - JxCat e ERC - mostraram neste domingo diferenças sobre quem pode ser o candidato a presidente dessa região após as eleições da última quinta-feira.

Embora a vitória tenha sido do Ciudadanos, força defensora da unidade da Espanha, com 37 cadeiras, os separatistas controlarão o Parlamento autônomo graças aos 33 do JxCat e 32 de ERC, completados com os quatro de outro partido independentista, o CUP.

A intenção desses partidos é recuperar o que chamam de "Governo legítimo", que era presidido por Carles Puigdemont e foi destituído pelo Executivo espanhol após uma declaração de independência aprovada pelo Parlamento autônomo no último dia 27 de outubro.

O problema é que Puigdemont foi embora para Bruxelas poucos dias depois e lá, junto a outros quatro ex-conselheiros de seu gabinete, evita a ação da Justiça espanhola, que o acusa de rebelião e insurreição e que ditou ordem de detenção assim que retornar à Espanha.

Puigdemont se comprometeu a voltar à Espanha se ganhasse as eleições, mas nestes últimos dias não esclareceu suas intenções e por isso seus aliados e rivais eleitorais do ERC lembraram hoje sua promessa.

Assim, o ex-conselheiro de Justiça e deputado eleito Carles Mundó (ERC) afirmou que, caso Puigdemont fique em Bruxelas para evitar a prisão, o cargo poderia ser assumido por seu ex-vice-presidente, Oriol Junqueras, líder desse partido.

"Ele se encaixa na ideia de governo legítimo que foi planejada em todo momento", acrescentou Mundó, embora Junqueras esteja preso pelas mesmas acusações contra Puigdemont.

Em 4 de janeiro, Junqueras comparecerá perante o Tribunal Supremo para revisar sua situação penal, podendo deixar a prisão de maneira provisória e ficar em liberdade com medidas cautelares.

A resposta do JxCAt foi dada pelo ex-conselheiro de Presidência e também deputado, Jordi Turull, que defendeu a candidatura de Puigdemont e disse para "não se gastar energias com outras hipóteses", pois isso seria "uma rendição".

Quem de fato pode recuperar seu antigo cargo como presidente do Parlamento autonômico é Carme Forcadell (independente na lista do ERC), que está em liberdade provisória à espera de julgamento pelos mesmos delitos que os demais investigados.

Fontes da direção do JxCat disseram hoje que seu objetivo é restituir "todas as instituições legítimas catalãs tal como estavam previamente à aplicação" das medidas do governo espanhol de 27 de outubro.

Isso inclui votar em Carme Forcadell como presidente do Parlamento, segundo maior cargo institucional da região, e apostar em Puigdemont como presidente do gabinete autonômico.