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Maduro anuncia restabelecimento das relações com o Panamá

26/04/2018 19h34

Caracas, 26 abr (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira o restabelecimento das relações de seu país com o Panamá, que viviam uma crise há quase um mês após a imposição de sanções econômicas mútuas.

"Conversei com o presidente do Panamá, Juan Carlos Valera (...) e definimos três coisas: primeiro o retorno dos embaixadores do Panamá e da Venezuela às suas respectivas embaixadas", anunciou o Maduro em entrevista coletiva em Caracas.

Além disso, os dois presidentes combinaram a "retomada dos voos com todas as linhas aéreas a partir de amanhã" - que haviam sido suspensos pelas autoridades venezuelanas, deixando centenas de passageiros retidos - e a criação de uma comissão presidida pelos chanceleres dos dois países para lidar com os assuntos pendentes.

"Em 30 dias, - essa comissão - deve nos dar um relatório para solucionar os problemas e assuntos pendentes entre os dois governos e os dois países", explicou.

A aproximação, após várias semanas de atrito, foi fruto da mediação do presidente da República Dominicana, Danilo Medina, a quem Maduro agradeceu por seus esforços.

Maduro também agradeceu a Varela e disse ter sido seu amigo quando ambos foram chanceleres de suas respectivas nações e com quem manteve "muito boa comunicação".

"Acordamos ter as melhores relações bilaterais, e tentar canalizar nossas diferenças e problemas da melhor forma", acrescentou.

As diferenças diplomáticas começaram em 28 de março, quando o Panamá pediu aos bancos radicados no país que intensificassem a supervisão financeira sobre 55 venezuelanos politicamente expostos, entre eles o próprio Maduro, por serem considerados elementos de "alto risco" em matéria de lavagem de dinheiro.

O governo da Venezuela respondeu a isso suspendendo as operações de uma lista de empresas panamenhas, incluindo a interconexão aérea dos países em que a companhia panamenha Copa Airlines opera.

Durante os últimos dias, o presidente venezuelano insistiu publicamente em seu desejo de conversar com Varela para solucionar a crise, defendendo que as ações diplomáticas e econômicas que seu governo empreendeu foram uma resposta de "reciprocidade" e "justiça".