Itália começa a conhecer seu desconhecido novo primeiro-ministro
Gonzalo Sánchez.
Roma, 26 mai (EFE).- A Itália começa a se habituar com aquele que será o novo primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, um jurista sério e solene, que é desconhecido por grande parte da população, mas que se apresentou como um defensor do povo.
Conte ganhou aos poucos o cenário político italiano para minimizar as divergências entre Luigi Di Maio, do Movimento 5 Estrelas, e Matteo Salvini, da Liga Norte.
Conte não conseguiu evitar, porém, as dúvidas de muitos sobre sua falta de experiência política e as piadas de outros, que, sem contato com a política, o confundiram com o ex-técnico da seleção da Itália e hoje comandante do Chelsea, Antonio Conte.
Na última quarta-feira, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, após uma reunião a portas fechadas de duas horas, encarregou Giuseppe Conte de formar o governo do país e superar a crise política que se prolonga desde as eleições. Foi então que os italianos ouviram sua voz pela primeira vez.
Visivelmente nervoso, Conte se apresentou como o "advogado do povo" italiano e fez um ambíguo discurso no qual defendeu a posição europeia do país e destacou os interesses nacionais.
Desde aquela noite, o novo político foi dando os primeiros passos no mundo digital e agora já possui contas verificadas no Twitter, Facebook e Instagram. E também começou a fazer as primeiras negociações para formar o governo a bordo de um táxi, pago com seu próprio dinheiro, que é escoltado por seguranças.
A vida de Conte aconteceu discretamente entre o pequeno município de Volturara Appula, em Apúlia, no sul da Itália, Roma e Florença. Na última cidade, o jurista deu aulas de Direito e se aproximou do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, do Partido Democrático.
Em um programa político que foi ao ar em fevereiro, pouco antes das eleições e de ser elogiado pelo M5S, Conte afirmou, ao ser questionado sobre sua ideologia política, que seu coração tradicionalmente tendeu para a esquerda.
Por acaso, Conte cruzou no mundo acadêmico com algumas pessoas que se tornariam posteriormente expoentes do MS5, partido que agora o leva ao poder, como o deputado Roberto Bonafede, que foi seu assistente em Florença, e a prefeita de Roma, Virgínia Raggi.
"Ele era severo, mas justo", lembrou Raggi à emissora "La7".
Outros não tiveram a mesma sorte que Raggi, que passou de primeira na matéria de Conte, e lembraram do antigo professor na imprensa. E revelaram um apelido: o novo primeiro-ministro era chamado por eles de Filippo Inzaghi, famoso ex-atacante que fez sucesso no país com as camisas de Milan e Juventus.
No plano pessoal, pouco se conhece do novo premiê. Uma das poucas informações sobre a vida de Conte é que ele é divorciado. Sua ex-esposa, Valentina, só apareceu na mídia através de um comunicado no qual o defendeu para o cargo.
Conte tem um filho de dez anos, Niccoló, com o qual compartilha a paixão pelo futebol. No entanto, o indicado para o cargo de premiê, como um bom político, faz mistério sobre seu time.
A imprensa italiana destaca a personalidade severa do novo chefe de governo brincando com a mensagem colocada por ele no status de seu WhatsApp: "Escreva-me como se cada mensagem custasse 10 euros".
Enquanto Conte se apressa para formar seu governo, os italianos se habituam, pouco a pouco, à voz e ao jeito do professor que acabou na liderança do país.
Roma, 26 mai (EFE).- A Itália começa a se habituar com aquele que será o novo primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, um jurista sério e solene, que é desconhecido por grande parte da população, mas que se apresentou como um defensor do povo.
Conte ganhou aos poucos o cenário político italiano para minimizar as divergências entre Luigi Di Maio, do Movimento 5 Estrelas, e Matteo Salvini, da Liga Norte.
Conte não conseguiu evitar, porém, as dúvidas de muitos sobre sua falta de experiência política e as piadas de outros, que, sem contato com a política, o confundiram com o ex-técnico da seleção da Itália e hoje comandante do Chelsea, Antonio Conte.
Na última quarta-feira, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, após uma reunião a portas fechadas de duas horas, encarregou Giuseppe Conte de formar o governo do país e superar a crise política que se prolonga desde as eleições. Foi então que os italianos ouviram sua voz pela primeira vez.
Visivelmente nervoso, Conte se apresentou como o "advogado do povo" italiano e fez um ambíguo discurso no qual defendeu a posição europeia do país e destacou os interesses nacionais.
Desde aquela noite, o novo político foi dando os primeiros passos no mundo digital e agora já possui contas verificadas no Twitter, Facebook e Instagram. E também começou a fazer as primeiras negociações para formar o governo a bordo de um táxi, pago com seu próprio dinheiro, que é escoltado por seguranças.
A vida de Conte aconteceu discretamente entre o pequeno município de Volturara Appula, em Apúlia, no sul da Itália, Roma e Florença. Na última cidade, o jurista deu aulas de Direito e se aproximou do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, do Partido Democrático.
Em um programa político que foi ao ar em fevereiro, pouco antes das eleições e de ser elogiado pelo M5S, Conte afirmou, ao ser questionado sobre sua ideologia política, que seu coração tradicionalmente tendeu para a esquerda.
Por acaso, Conte cruzou no mundo acadêmico com algumas pessoas que se tornariam posteriormente expoentes do MS5, partido que agora o leva ao poder, como o deputado Roberto Bonafede, que foi seu assistente em Florença, e a prefeita de Roma, Virgínia Raggi.
"Ele era severo, mas justo", lembrou Raggi à emissora "La7".
Outros não tiveram a mesma sorte que Raggi, que passou de primeira na matéria de Conte, e lembraram do antigo professor na imprensa. E revelaram um apelido: o novo primeiro-ministro era chamado por eles de Filippo Inzaghi, famoso ex-atacante que fez sucesso no país com as camisas de Milan e Juventus.
No plano pessoal, pouco se conhece do novo premiê. Uma das poucas informações sobre a vida de Conte é que ele é divorciado. Sua ex-esposa, Valentina, só apareceu na mídia através de um comunicado no qual o defendeu para o cargo.
Conte tem um filho de dez anos, Niccoló, com o qual compartilha a paixão pelo futebol. No entanto, o indicado para o cargo de premiê, como um bom político, faz mistério sobre seu time.
A imprensa italiana destaca a personalidade severa do novo chefe de governo brincando com a mensagem colocada por ele no status de seu WhatsApp: "Escreva-me como se cada mensagem custasse 10 euros".
Enquanto Conte se apressa para formar seu governo, os italianos se habituam, pouco a pouco, à voz e ao jeito do professor que acabou na liderança do país.
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