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Parlamento do Iraque decide recontar 10% dos votos após denúncias de fraude

28/05/2018 16h40

Bagdá, 28 mai (EFE).- O parlamento do Iraque decidiu nesta segunda-feira fazer uma nova apuração manual dos votos de pelo menos 10% das urnas e anular as votações no exterior após as denúncias de fraude eleitoral nos pleitos parlamentares do último dia 12 de maio.

O Conselho de Deputados realizou hoje uma sessão extraordinária, da qual participaram 168 deputados de um total de 328, na qual foram adotadas essas decisões, além da repetição dos pleitos nos acampamentos de deslocados, segundo disse à Agência Efe uma fonte da câmara.

A fonte explicou que, caso se encontre uma diferença de 25% entre os dados atuais e a nova apuração, se repetirá de forma manual a apuração dos votos em todas as províncias do país.

Além disso, assegurou que essas medidas buscam "recuperar a confiança no processo eleitoral de forma justa e honesta".

O parlamento também determinou que todo aquele que esteja implicado em "violar a imparcialidade e a integridade do processo eleitoral" seja enviado à Justiça.

Nas províncias de Kirkuk e Suleimaniya houve denúncias de "manipulação" e "fraude" logo depois dos pleitos e seis partidos do Curdistão pediram então a anulação dos resultados e a repetição das votações nessa região autônoma e nas zonas disputadas entre o governo curdo e Bagdá, como na província de Kirkuk.

A coalizão apoiada pelo destacado clérigo xiita Moqtada al Sadr foi a mais votada nessas eleições, seguida de outra lista integrada por milícias xiitas que lutaram contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) nos últimos anos.

Esta foi a primeira vez que os iraquianos foram às urnas após a derrota do EI em dezembro do ano passado e também a primeira vez que se utilizou a votação eletrônica, um sistema muito criticado por alguns partidos, que denunciaram fraude eleitoral.