Polícia da Nicarágua agride equipe da Agência Efe durante protestos

Manágua, 28 mai (EFE).- A polícia da Nicarágua agrediu nesta segunda-feira uma equipe da Agência Efe composta pelo fotógrafo Jorge Torres e a cinegrafista Reneé Lucía Ramos em Manágua, quando ocorriam distúrbios durante os protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega.

Os jornalistas, que estavam cobrindo os distúrbios nas imediações da Universidade Nacional de Engenharia, foram surpreendidos depois que os agentes antimotins fizeram diversos manifestantes recuar por um dos lados da rua e foram emboscados por mais policiais pelo outro lado.

Quando a polícia começou a disparar balas de borracha contra os manifestantes, os profissionais da Agência Efe se esconderam atrás de um carro estacionado, mas dois agentes que os descobriram lhes xingaram enquanto também lhes agrediam com chutes e empurrões.

"Enquanto os policiais gritavam com muito maus modos para que nos levantássemos, Jorge foi empurrado por um agente. Eu fiquei paralisada de susto no chão e um dos agentes deu um chute na minha perna esquerda até que reagi e saí correndo", denunciou Reneé Lucía Ramos.

Apesar de terem mostrado suas credenciais e seus equipamentos aos policiais para provar que eram da imprensa, os agentes antidistúrbios dispararam balas de borracha contra ambos em sua fuga para um posto de gasolina.

Este incidente aconteceu minutos depois de um grupo de pessoas ter atacado a Universidade Nacional de Engenharia (UNI), que nesta manhã tinha sido tomada por estudantes que protestam contra o governo de Ortega.

Como resposta a este ataque um grupo de manifestantes incendiou a sede da "Nueva Radio Ya", a principal emissora de rádio do governo.

Hoje se completam 41 dias na Nicarágua de uma crise que deixou pelo menos 76 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).