Possível fraude em sistema de asilo coloca ministério alemão em xeque
Berlim, 28 mai (EFE).- Mais de mil pedidos de asilo concedidos irregularmente colocaram contra a parede o Ministério do Interior da Alemanha, que agora está sendo investigado pelo parlamento e pela Justiça do país e cujo titular prometeu solucionar a questão nesta segunda-feira.
Diante da pressão crescente, o ministro do Interior, Horst Seehofer, prometeu "resolver os problemas" que podem ter sido produzidos durante a última legislatura - com o seu antecessor no cargo - na véspera de seu comparecimento no comitê de Interior do Bundestag (Câmara dos Deputados).
O porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, disse que Seehofer tem "total apoio político" da chanceler Angela Merkel neste caso, num momento em que as críticas à sua gestão vêm também do Partido Social-Democrata (SPD), o sócio minoritário na grande coalizão de governo.
Não obstante, Seibert indicou que a chanceler está acompanhando com atenção o caso e reconheceu que foram feitas "sérias acusações" contra o Escritório Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF, na sigla em alemão), que ela leva "muito a sério".
Merkel "apoia os trabalhos do Ministério do Interior para esclarecer o sucedido completamente", acrescentou o porta-voz.
O primeiro passo nesse sentido terá que ser dado amanhã no parlamento pelo próprio Seehofer, que será sabatinado pelos membros do comitê de Interior sobre a dimensão do escândalo e o número de escritórios regionais afetados, assim como pela possibilidade de terem tentado esconder o sucedido dentro da BAMF e do próprio ministério.
Segundo as informações que vazaram aos veículos de imprensa nas últimas quatro semanas, mais de 1.200 imigrantes obtiveram asilo de forma irregular na Alemanha entre 2013 e 2016, sem cumprir com os requisitos legais por uma série de práticas fraudulentas.
O escritório da BAMF em Bremen é o epicentro do escândalo, mas a central investiga outras 13 de suas 70 sedes locais, cujos percentuais de aprovação de solicitações de asilo são significativamente distintos das médias nacionais.
A Promotoria de Bremen confirmou que está investigando a ex-responsável do escritório regional (que foi suspensa), três advogados e um tradutor, sob a suspeita de aceitação de pagamentos de suborno e incitação organizada para o uso indevido do mecanismo de solicitação de asilo.
Além disso, a Promotoria de Nuremberg abriu diligências contra a presidente da BAMF, Jutta Cordt, que chegou ao cargo em janeiro de 2017, por suspeitar que ela tinha conhecimento e tentou esconder as irregularidades.
Além disso, a sombra da dúvida por acobertamento atinge o próprio Seehofer, já que o atual responsável do BAMF em Bremen, Josef Schmid, lhe enviou em março - logo após ser indicado ministro e um mês antes da revelação do escândalo - uma mensagem a seu telefone particular alertando sobre as irregularidades.
Schmid, segundo a mensagem que foi vazada pelo grupo de comunicação "RND", pedia ao ministro uma conversa "urgente" e "confidencial" sobre "fatos horríveis" de "dimensões incríveis" que não podiam "ser ignorados" porque poderiam causar "grandes danos" ao país.
Seehofer, que não respondeu à mensagem, reiterou que não a recebeu e que só soube do escândalo um mês mais tarde, através da imprensa.
O caso vai muito além de uma possível fraude na administração pública pela sensibilidade que a questão desperta em uma Alemanha polarizada no debate sobre imigração.
O país recebeu mais de 1,3 milhão de peticionários de asilo desde 2015 e viu como, com o trunfo da xenofobia, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se transformou na terceira maior força no Bundestag no ano passado.
Diante da pressão crescente, o ministro do Interior, Horst Seehofer, prometeu "resolver os problemas" que podem ter sido produzidos durante a última legislatura - com o seu antecessor no cargo - na véspera de seu comparecimento no comitê de Interior do Bundestag (Câmara dos Deputados).
O porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, disse que Seehofer tem "total apoio político" da chanceler Angela Merkel neste caso, num momento em que as críticas à sua gestão vêm também do Partido Social-Democrata (SPD), o sócio minoritário na grande coalizão de governo.
Não obstante, Seibert indicou que a chanceler está acompanhando com atenção o caso e reconheceu que foram feitas "sérias acusações" contra o Escritório Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF, na sigla em alemão), que ela leva "muito a sério".
Merkel "apoia os trabalhos do Ministério do Interior para esclarecer o sucedido completamente", acrescentou o porta-voz.
O primeiro passo nesse sentido terá que ser dado amanhã no parlamento pelo próprio Seehofer, que será sabatinado pelos membros do comitê de Interior sobre a dimensão do escândalo e o número de escritórios regionais afetados, assim como pela possibilidade de terem tentado esconder o sucedido dentro da BAMF e do próprio ministério.
Segundo as informações que vazaram aos veículos de imprensa nas últimas quatro semanas, mais de 1.200 imigrantes obtiveram asilo de forma irregular na Alemanha entre 2013 e 2016, sem cumprir com os requisitos legais por uma série de práticas fraudulentas.
O escritório da BAMF em Bremen é o epicentro do escândalo, mas a central investiga outras 13 de suas 70 sedes locais, cujos percentuais de aprovação de solicitações de asilo são significativamente distintos das médias nacionais.
A Promotoria de Bremen confirmou que está investigando a ex-responsável do escritório regional (que foi suspensa), três advogados e um tradutor, sob a suspeita de aceitação de pagamentos de suborno e incitação organizada para o uso indevido do mecanismo de solicitação de asilo.
Além disso, a Promotoria de Nuremberg abriu diligências contra a presidente da BAMF, Jutta Cordt, que chegou ao cargo em janeiro de 2017, por suspeitar que ela tinha conhecimento e tentou esconder as irregularidades.
Além disso, a sombra da dúvida por acobertamento atinge o próprio Seehofer, já que o atual responsável do BAMF em Bremen, Josef Schmid, lhe enviou em março - logo após ser indicado ministro e um mês antes da revelação do escândalo - uma mensagem a seu telefone particular alertando sobre as irregularidades.
Schmid, segundo a mensagem que foi vazada pelo grupo de comunicação "RND", pedia ao ministro uma conversa "urgente" e "confidencial" sobre "fatos horríveis" de "dimensões incríveis" que não podiam "ser ignorados" porque poderiam causar "grandes danos" ao país.
Seehofer, que não respondeu à mensagem, reiterou que não a recebeu e que só soube do escândalo um mês mais tarde, através da imprensa.
O caso vai muito além de uma possível fraude na administração pública pela sensibilidade que a questão desperta em uma Alemanha polarizada no debate sobre imigração.
O país recebeu mais de 1,3 milhão de peticionários de asilo desde 2015 e viu como, com o trunfo da xenofobia, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se transformou na terceira maior força no Bundestag no ano passado.
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