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Exército camaronês mata 27 pessoas em região separatista do país

29/05/2018 10h07

Yaoundé, 29 mai (EFE).- Uma operação militar do exército de Camarões na cidade de Menka, na região separatista de Ambazônia, no oeste do país, causou a morte de 27 supostos separatistas, que o governo considera "terroristas", informaram nesta terça-feira veículos de imprensa locais.

"O exército camaronês lançou uma operação especial contra um grupo criminoso armado na noite de 24 para 25 de maio", explicaram as forças armadas em comunicado assinado pelo ministro de Comunicação, Issa Tchiroma Bakary, difundido hoje pelos veículos de imprensa.

A operação concluiu "com a neutralização de 27 terroristas" e a apreensão de "17 armas de guerra, dez armas de caça" e munição, segundo o ministro.

Entre as pessoas que foram alvo da operação militar, só uma mulher sobreviveu ao aceitar se entregar.

"Esses grupos armados estão instalados nas populações de Pinyin, Buchi e Menka (todos na parte oeste de Camarões) e tinham a intenção de sabotar a festa da União Nacional realizada em 20 de maio", justificou o governo, alegando que os grupos tinham sequestrado reféns e violentado mulheres.

Várias organizações locais de direitos humanos pediram uma investigação internacional sobre a operação militar, que qualificaram de "massacre".

O conflito anglófono em Camarões se agravou nos últimos meses nas duas regiões separatistas com o surgimento de grupos armados como as Forças de Defesa da Ambazônia, cujos enfrentamentos com as forças de segurança deixaram vários mortos.

Nas últimas semanas proliferaram também os sequestros de civis e autoridades locais.

Camarões foi colônia britânica e francesa até 1960, quando conseguiu sua independência dos dois países e instaurou um Estado federal até à realização de um referendo em 1972, que unificou o país.

Desde então, o inglês e o francês são idiomas cooficiais, e convivem junto com outras 250 línguas locais.

No entanto, a minoria anglófona se queixa de marginalização a respeito da maioria francófona em matéria de distribuição da riqueza e pelo fato de o inglês ser considerada uma língua secundária, por isso querem o retorno do federalismo ou a independência de suas regiões.

O governo camaronês, dirigido pelo presidente Paul Biya desde 1982, se mostra inflexível em relação a essas demandas e, inclusive, se nega a debatê-las em órgãos legislativos, o que provocou fortes queixas por parte da oposição.

Os últimos números oferecidos pelas autoridades da Nigéria falam de mais de 40 mil camaroneses anglófonos que se refugiaram em seu território devido ao conflito no país vizinho.