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Irã convoca diplomatas franceses, belgas e alemães após prisões

05/07/2018 06h18

Teerã, 5 jul (EFE).- O Irã convocou os embaixadores da França e Bélgica e o responsável pelos negócios da Alemanha em Teerã, em protesto pela prisão de um diplomata iraniano, acusado de planejar um atentado frustrado contra a oposição no exílio.

Segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, ressaltou que os diplomatas estão imunes em virtude da Convenção de Viena e pediu "a libertação imediata e incondicional" do detido.

Araghchi considerou que esta detenção procura "minar as relações entre Irã e a Europa", alegando que a medida coincidiu com a viagem do presidente Hassan Rohani para a Suíça e Áustria.

Esta prisão também visa "ofuscar" a reunião ministerial de amanhã em Viena dos signatários do acordo nuclear de 2015, em linha com "os objetivos dos Estados Unidos e o regime israelense", acrescentou o vice-ministro.

"A evidência existente mostra claramente que o grupo terrorista MKO (Muyahidin Jalq) teve um papel na orquestração deste espetáculo absurdo", ressaltou Araghchi.

Seis pessoas foram detidas recentemente na França, Bélgica e Alemanha, entre elas o citado diplomata, por conta de um atentado frustrado contra uma reunião da oposição iraniana no exílio, que aconteceu no último sábado, nos arredores de Paris.

O opositor Conselho Nacional da Resistência Iraniana (CNRI), com sede em Paris e integrado pelos líderes do Muyahidin Jalq, denunciou que o ataque foi planejado por "terroristas do regime clerical em Bruxelas, com a ajuda de diplomatas" da República Islâmica.

O Irã criticou o embaixador francês por realizar essa manifestação, dando ao grupo opositor "a oportunidade de promover o extremismo e o terrorismo com o pretexto da liberdade de expressão", segundo a nota.

Por sua vez, o embaixador belga em Teerã foi notificado da objeção do Irã ao pedido de transferência do diplomata em questão da Alemanha para a Bélgica.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, negou qualquer envolvimento de seu governo no atentado frustrado e chamou o caso de "complô".